Educação: Quem conhece esse direito?

A Constituição Federal de 1988 trouxe várias mudanças, e entre elas está o direito de acesso à educação, sendo dever do Estado e da família promover que este seja executado. Contudo, há pessoas, principalmente as que vivem em regiões de periferia, e/ou que não tiveram nenhuma formação educacional, que desconhecem que elas têm, previsto pela lei, o direito de estudar. E é nesse contexto que o jornalista Gilberto Dimenstein defendeu em sua obra ”O Cidadão de Papel” a teoria de mesmo nome. Para Gilberto, um Cidadão de Papel é uma população que não conhece os direitos que a lei prevê a ela, ou ainda, a falta de execução das leis pelo Estado.

A princípio, sabe-se que uma das principais razões da evasão escolar é a necessidade do jovem – principalmente os meninos – de auxiliar na renda da família, precisando então abandonar a escola para se inserir no mercado de trabalho. Como resultado disso, há uma alta probabilidade desses jovens se envolverem com a criminalidade, pois uma pessoa com ensino tende a questionar, enquanto que é mais fácil ser convencido de algo aquele que não teve acesso ao ensino.

Por outro lado, muitas vezes no caso das meninas, nota-se uma necessidade de que elas cuidem dos irmãos mais novos e de que colaborem nas tarefas domésticas. Além disso, há também o abandono escolar como fruto de uma gravidez precoce, tornando-se ainda mais difícil para a adolescente retomar os estudos, visto que nem sempre outra pessoa pode cuidar de seu filho enquanto ela estuda.

Portanto, é imprescindível que o Governo Federal juntamente ao Ministério da Educação organizem medidas de combate ao abandono dos estudos, por meio de incentivos como auxílio de renda além do Bolsa Família para as famílias que mantêm os filhos na escola, a fim de manter as crianças e adolescentes estudando. O custo para acabar com a evasão escolar é menor do que o custo que esta acarreta. E dessa maneira, o número de cidadãos de papel, que não luta por seus direitos, irá diminuir no Brasil.