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Educação inclusiva

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Na peça teatral “Esperando Godot”, do dramaturgo Samuel Beckett, é apresentado ao público um diálogo aparentemente absurdo entre dois personagens que esperam por alguém que nunca chega. Essa metáfora trágica, pode ser facilmente associada a situação atual das pessoas com deficiência física, que aguardam por uma educação inclusiva e que respeite suas necessidades, mas que parece estar longe de chegar. Dessa forma, a escassez de uma estrutura adequada e os preconceitos sofridos por esses indivíduos, são os principais fatores que causam o atraso da educação.
Em primeira análise, é inegável que a falta de uma estrutura apropriada nos centros educacionais impossibilita a melhoria no atendimento aos alunos com deficiência. Assim, por não haverem, na maioria dos casos,  rampas, carteiras e banheiros destinados a esses indivíduos, a educação torna-se pouco acessível aos mesmos já que, por vezes, impossibilita experiências confortáveis nesses espaços. Em suma, segundo o patrono da educação, Paulo Freire, a inclusão acontece quando se aprende com as diferenças e não com as igualdades. Dessa maneira, nota-se que, por serem mutáveis, os espaços podem adequar-se aos diferentes corpos e assim, possibilitar a inclusão à todos.

Em segundo plano, é evidente que o capacitismo, ou seja, a discriminação e o preconceito contra os PCDs- pessoas com deficiências, influência no déficit do ensino inclusivo. Consequentemente, por não haver a diligência governamental em proporcionar a preparação adequada de profissionais para lidarem com os diferentes corpos, a problemática é negativamente influenciada, uma vez que, não sendo o tema abordado nas escolas, tanto os docentes quanto os alunos, poderão propagar o preconceito. Fato esse que pode ser comprovado, segundo os dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas- FIPE, em que cerca de 96,5% de educadores, funcionários e discentes de instituições educacionais têm preconceito com portadores de deficiência física. Deixando evidente portanto, que a falta de informação agrava o problema.

Diante dos fatos supracitados, tanto a escassez de acessibilidade quanto a discriminação às pessoas com deficiência, retardam a educação igualitária e inclusiva. Logo, cabe ao Governo Federal, criar projetos de repasse de verbas às instituições de ensino, para que haja o aprimoramento estrutural, sendo inseridas rampas e carteiras destinadas exclusivamente para esses sujeitos, além de banheiros equipados para atender as necessidades desse grupo. Ademais, a capacitação dos educadores, fazendo com que aprendam a lidar melhor com cada necessidade especial, aprendendo, por exemplo, linguagem de sinais e braile, auxiliaria no avanço da educação inclusiva, distanciando a realidade de espera dos Pcd’s da dos que esperam a chegada do Godot.

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1 Correção

  1. Boa tarde Natally!
    Primeiramente Parabéns! que redação boa!
    o tema é muito interessante e você abordou vários aspectos acerca dele! Coesão e coerência muito boas, boa apresentação da tese, e boa proposta de intervenção.
    as sugestões de melhora não são muitas, exceto no que se refere ao termo “linguagem de sinais”, o correto é Língua de sinais, visto que é realmente uma língua, falada por muitos pessoas, principalmente pelos surdos, no Brasil temos a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais).
    nota : 960

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