Educação Brasileira: Uma questão de igualdade.

Na produção da Netflix ”Dias sem fim”, o personagem Lamark, garoto negro e pobre da periferia de Oakland, California, usa a educação como um modo de ascender socialmente.Paralelamente, levando em conta o contexto do Brasil, apesar da evidente natureza transformadora dos estudos, o mesmo não recebe os investimentos necessários por parte do governo, o que contribui para a manutenção da marginalização daqueles que dependem desse serviço.Assim sendo, é premente que a sua discussão se torne mais presente em sociedade.

De modo incipiente, é importante compreender o papel das autoridades na vigência dessa conjuntura.O Brasil, desde de 1534 – ano do início da colonização – se configura como um país onde os recursos são distribuidos desarmonicamente – algo visível na república oligárquica.Assim sendo, desenvolveu-se, em razão de uma herança colonial, uma tendência a fazer política de modo a beneficiar alguns às custas do prejudicar de outros – algo evidente nos diversos esquemas de corrupção, como a lava-jato, que assolam países, uma vez, coloniais.Essa situação corrobora os trabalhos de Karl Marx acerca do conflito de classes sociais diferentes, em função de esféras sociais antagônicas possuirem, devido aos diferentes contextos em que se encontram, interesses diferentes – evidente nos esquemas de corrupção.

Ademais, é mister entender as consequências dessas ações.Os mais pobres, extremamente dependentes do auxílio governamental, ficam expostos a uma infraestrutura educacional que, em função de não atender às exigências, por exemplo, de um mercado de trabalho, não contribui para a sua ascensão social.Isso é consoante às ideias do filósofo Richard Rorty, que dizia que o conhecimento, análogo a um espelho da realidade – quanto mais polido o espelho, maior a capacidade do homem de, por meio do seu repertório socio-cultural, representar a realidade na sua mente – , representa a mesma no consciente do homem.Assim, quando o conhecimento de um grupo forma uma imagem não idônea – não correspondente à realidade das classes sociais mais altas – , o mesmo se encontra marginalizado.

Com base na análise dos dados supracitados, urge que algo seja feito para contornar esse problema.O Ministério da Cidadania, em colaboração com o Ministério da Educação, deve, por meio de uma proposta entregue à câmara dos deputados, investir uma maior porcentagem do Produto Interno Bruto(PIB) na educação.Por meio dessa medida, é de se esperar que, por meio de melhorias consideráveis na infraestrutura escolar, os estudantes se desenvolvam de modo que, como no caso de Lamark, a educação cumpra a sua função transformadora.