Doutor Google: o médico do século XXI

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    De acordo com o poeta Pablo Neruda: “Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências”. Tal reflexão pode retratar a procura de informações patológicas na internet, uma vez que seu usuário identifica rapidamente medidas de prevenção e de combate a doenças, porém, por vezes, essa ação pode ser mais prejudicial do que favorável à saude; levantando, assim, a necessidade de discutir a automedicação na sociedade brasileira.

    Por um lado, o conhecimento transmitido por profissionais da saúde, por meio da internet, tem o poder de auxiliar pessoas que possuem acesso precário a atendimentos médicos, o que representa a situação de muitos cidadãos no país. Sob tal perspectiva, segundo o Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), em 2016, 40% dos brasileiros faziam autodiagnóstico pelo meio virtual. Isso ocorre devido à praticidade e rapidez que os sites oferecem, diminuindo a urgência de uma consulta que poderia levar meses para ser feita pelo SUS. Logo, com as informações obtidas virtualmente,  os enfermos podem tomar medidas para evitar o agravamento das doenças.

    Sob outro viés, o autodiagnóstico pode provocar o desenvolvimento de bactérias super-resistentes ou gerar mais preocupação do que alívio. Nesse sentido, sem acompanhamento médico, o doente pode interromper o tratamento antes do necessário, permitindo a resistência das bactérias mais adaptadas. Como consequência, segundo a Teoria da seleção natural de Darwin, esses organismos gerarão descendentes nos quais o medicamento não surtirá efeito eficaz. Além disso, a grande quantidade de noções na internet, as quais nem sempre são seguras, pode confundir seus usuários, levando-os a associarem seus sintomas a doenças mais graves do que as que possuem. Dessarte, a automedicação também possui efeitos maléficos para a saúde mental e física.

    Portanto, é necessário que as informações virtuais sejam usadas de modo a evitar seu lado negativo e aproveitar o positivo. A fim de ajudar os enfermos urge que o Ministério da saúde realize campanhas midiáticas incentivando o acesso a dados confiáveis, mediante os disponibilizados pelo Hospital Israelita A.Einstein, somente até que o atendimento em unidades de saúde seja possível. Só assim, as escolhas citadas por Neruda terão boas consequências.

 

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1 Correção

  1. Oi, boa tarde, tudo bem? Espero que sim!
    Gostei muito do tema escolhido.
    Introdução: gostei muito, desperta a vontade em continuar sendo sua redação, e sua tese foi bem apresentada.
    Desenvolvimento 1: muito bem defendida, o uso da citação ajudou a reforçar a sua defesa, e foi muito claro quanto a sua crítica.
    Desenvolvimento 2: eu mudaria o início, trocaria autodiagnóstico por automedicação (na minha opinião). Mas, fora isso gostei muito, citação muito boa e fez uma boa defesa.
    Conclusão: ficou boa.
    Parabéns pela redação, espero ter ajudado, se discordar de algo só me falar. ☺️

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