Iniciante

Doenças sexualmente transmissíveis: negligência dos jovens ou deficiência do Estado?

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No livro “Full-disclosure” da escritora nova-iorquina Camryn Garrett, é retratada a história de Simone, uma estudante do ensino médio de 16 anos HIV-positiva. Ao longo da narrativa, a protagonista tem de enfrentar o preconceito de seus colegas de classe quanto à sua condição, ao mesmo tempo em que lida com dúvidas incessantes a respeito de seus sentimentos, sua vida sexual e a mudança de escola. Comum à ficção, no Brasil, as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) ainda são tidas como um tabu, fator potencializado pela falta de informação e da colaboração estatal.

Segundo o artigo 196 da Constituição Federal de 1988, o amplo acesso à saúde é direito de todos e dever do Estado. Contudo, apesar do que é assegurado no código de leis nacional, as instituições escolares brasileiras não possuem em sua grade curricular a disciplina de educação sexual, caracterizada como um estudo capaz de proporcionar aos estudantes o conhecimento sobre seus próprios corpos e de sanar dúvidas, além de ser um veículo informacional. Atualmente, muitos indíviduos portadores de DSTs sofrem com a segregação social, influenciada pela carência de conhecimento da população a respeito dessas enfermidades e de suas formas de transmissão. Destarte, sem a introdução dos alunos a campos de aprendizado capazes de conscientizá-los sobre temáticas referentes ao corpo humano, doenças, prevenção e outros tópicos, mantém-se o cenário de ignorância e discriminação.

Outrossim, a perpetuação da problemática tem como um de seus agentes principais a negligência estatal. De acordo com o filósofo Zygmunt Bauman, propaga-se nos dias de hoje o fenômeno das “instituições zumbis”, expressão que refere-se à incúria dos órgãos governamentais e à degradação de suas funções social e política. Paralelamente, no país, há a carência de ações do Poder Público que busquem efetivamente reduzir a transmissão de DSTs e garantir um apoio médico e social aos pacientes, visando primordialmente seu bem-estar e opondo-se ao fenômeno discutido pelo estudioso polonês.

Portanto, é mister que medidas sejam tomadas para a mitigação do impasse. Inicialmente, o Ministério da Educação, a partir de verbas públicas, deverá inserir na grade curricular das instituições escolares públicas e privadas o estudo de educação sexual, propondo sessões de diálogo entre profissionais de saúde, alunos, pais e responsáveis, com o intuito de conscientizar a população quanto aos seus próprios organismos e doenças sexualmente transmissíveis, reduzindo a segregação social dos portadores destas. Ademais, o já existente Programa Nacional DST-AIDS, com o apoio do Ministério da Saúde, deverá assegurar, por meio do SUS, o acesso gratuito a tratamentos contra essas enfermidades, orientando os pacientes, a fim de democratizar o acesso à saúde sexual no país. Logo, informando a população e garantindo programas de saúde eficazes e acessíveis, espera-se que a realidade no Brasil torne-se divergente da enfrentada por Simone.

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2 Correções

  1. Cara Fasilva, tudo bom? Sua redação estava ótima, bem coesa, coerente de acordo com os critérios de correção da redação do Enem. Achei criativo ter colocado um exemplo de um livro. Ficou bem prático o entendimento do seu texto mediante a citação, mas tenho 3 observações:

    1-Você acabou colocando uma palavra errada (acredito eu), “mister” no último parágrafo, na primeira linha.
    2- Preste atenção na quantidade de linhas em seu texto, procure sempre não ultrapassar os limites. Caso não tenha como reduzir o conteúdo, diminua o tamanho da letra mantendo ela legível.
    3- Você acabou usando poucos dados matemáticos que dariam mais convicção em sua redação. É uma sugestão.

    Sou apenas uma iniciante com o intuito de ajudar.

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  2. Olá fasilva! Gostei da redação, bem completa e coesa. As minhas observações são:

    1° deve prestar atenção no limites de linhas da redação
    2° Na conclusão indico que troque o termo mister por ” importante” ou “notório”
    3° As frases estão longas demais, ultilize mais pontos finais ou vírgulas.

    Tirando isso a redação está ótima, não sou nenhum professor kkk mas eu acho que você de melhorar isso aí, indico que leia o livro “Como escrever para o Enem” lá você vai encontrar muitas dicas de como escrever uma redação ideal.

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