Dificuldades para o aumento das doações de órgãos no Brasil

No conto infantil “O Mágico de Oz”, o Homem de Lata foi amaldiçoado por uma bruxa perdendo seus órgãos e membros que foram repostos por metal, menos o seu coração, o qual ele buscava incessantemente. De modo análogo à ficção, milhões de brasileiros sofrem na fila de espera para receber uma doação. Entretanto, a desinformação da sociedade e a falta de treinamento das equipes médicas impedem a mitigação desse problema.

Em primeira análise, é evidente que a carência de conhecimento é a causa do temor presente no assunto abordado. Uma vez que muitas pessoas pensam que os órgãos podem ser vendidos após a morte do paciente; tal colocação é inválida, visto que, a legislação brasileira proíbe a compra e venda de órgãos. Nessa perspectiva, segundo Platão, filósofo grego, a ignorância é a raiz de todo mal, sendo o conhecimento a única crença verdadeira. Sob essa ótica, constata-se que as falácias que rodeiam a narrativa popular são capazes de levantar discursos que moldam o cidadão contra a perspectiva científica, contribuindo com a propagação dessas “raízes maléficas”.

Em segundo plano, é destacável que o principal motivo para que um órgão não seja doado no Brasil é a negativa familiar. Isso ocorre, muitas vezes, devido ao despreparo das equipes na abordagem das famílias de potenciais doadores. Seguindo essa linha de pensamento, o filósofo grego, Sócrates, é considerado o mestre da oratória por apresentar ideias e argumentos de forma assertiva convencendo o público. Torna-se evidente, a importância do uso da linguagem, já que, a utilização de uma expressão bem elaborada, no contexto apresentado, pode salvar vidas.

Depreende-se, portanto, a grande relevância da doação de órgãos. Para que isso ocorra, é necessário que o Ministério da Saúde promova palestras em escolas e praças públicas junto à difusão nas mídias sociais, por meio de anúncios sobre a importância de doar, a fim de conscientizar a população e salvar mais vidas. Ademais, o CFM (Conselho Federal de Medicina) deve proporcionar aos profissionais de saúde cursos capacitantes para aprimorar a abordagem familiar a respeito da doação, por intermédio de psicólogos e assistentes sociais, como forma de confortar os parentes. Assim, problemas como o apresentado no conto infantil serão restritos à ficção.