Diagnostico tardio de autismo

“No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho”. Através deste trecho do poeta modernista Carlos Drummond de Andrade, percebe-se como obstáculos sempre foram presentes na história da humanidade. Hodiernamente, a ONU é o órgão que tenta suprimir todos os entraves das sociedades humanas, por isso ela, assim como os seus países-membros, adotaram uma nova política global: a Agenda 2030, no qual propõe 17 objetivos que visam o progresso mundial. Contudo, o Brasil ainda está distante da realidade ideal, uma vez que persiste na Pátria um precoce diagnóstico autista, descumprido o objetivo 3 – saúde e bem-estar – da ODS. Esse cenário antagônico é fruto do estereótipos sobre o autismo, bem como da negligência das esferas pública. Sobretudo, tais problemas precisam ser compelidos para que seja acatado as diretrizes instituídas pela ONU e alcançar o desenvolvimento.
Em primeiro plano, é de suma importância destacar como a continuidade do senso comum da idade média indubitavelmente influencia na problemática. Afinal de contas, nesse período a liberdade de expressão era extremamente limitada, além, claro, dos inúmeros tabus que faziam parte da sociedade. Porém, como afirma o teórico social Foucault, na obra “História da Sexualidade”, as pessoas tem uma tendência nata de tornar um tabu tudo que causa desconforto, e essa é uma característica de todas as sociedades humanas, em todos os momentos da história. Em razão disso, inúmeros estereótipos se formam a cerca das doenças mentais e, consequentemente, as famílias ou os próprios doentes rejeitam a sua condição e não procuram tratamento, por conta desse julgamento ignorante da sociedade.
Em segundo plano, é fulcral pontuar que o óbice deriva também da baixa atuação dos setores governamentais. Afinal, mesmo que em teoria a Constituição Federal, promulgada em 1988, afirme no Art. 196º, ” A saúde é direito de todos e dever do Estado.” Na prática esse decreto não é funcional, pois o a medicina psicológica ainda é bastante ineficiente no Brasil, além do difícil acesso ao tratamento, gerando assim uma precária saúde pública na Nação. Desse modo, faz-se mister a reformulação da postura estatal urgentemente.
Dado o exposto, é notório a necessidade de destruir as pedras que contribuem para o tardio diagnóstico autista no Brasil. Primordialmente, a escola juntamente com a mídia, como setores de difusão da informação, devem propagar dados científicos sobre o autismo, por meio de campanhas televisivas e palestras no ambiente escolar, visando diminuir a ignorância popular, elevando seu senso crítico, inspirando-se sempre na célebre frase de Nelson Mandela “a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”. Paralelamente, o Estado, como órgão de poder civil, tem a obrigação de melhorar a saúde pública, por meio de profissionais qualificados e distribuídos de forma regular pelo território nacional, objetivando um tratamento eficiente de todos com patologias, fazendo jus a frase de Thomam Hobbes “o estado é responsável pelo bem-estar do povo”. Sobretudo, a consumação de todas as providências é improrrogável para garantir todas as diretrizes instituídas pala ODS, que é a única maneira de alcançar a verdadeira “Ordem e Progresso” que rege a bandeira e tirar as pedras do caminho do desenvolvimento.