Desastres ambientais: Qual o preço do desenvolvimento?

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“Não é Eduardo e Mônica, é Brumadinho e Mariana na lama/ Indecência por grana/
Aonde quem pensa apanha”. Os versos retirados da música “Deus e o Diabo na terra do Sol”, do cantor Djonga, utilizam os exemplos dos rompimentos das barragens de Mariana (2015) e Brumadinho (2019) a fim de ressaltar e criticar o preço do desenvolvimento econômico frente à preservação ambiental. Como tal problemática não pertence, porém, somente ao campo lírico, são necessárias, portanto, medidas que combatam os fatores político-econômico-sociais que corroboram para esse cenário.
Em primeiro lugar, dado uma perspectiva mundial, é válido citar que, assim como demonstrado pelos versos da canção (“Aonde quem pensa apanha”), as pesquisas e estudos acadêmicos que identificam a precariedade dos atuais modelos desenvolvimentistas para com o meio ambiente, apesar de científicos, não são considerados até que as consequências desses processos se tornem aparentes. O principal exemplo disso é o aquecimento global. Mesmo com pesquisas que ressaltam os desastres reservados para o século XXI, pouco combate se vê tanto na esfera privada quanto pública.
Em uma perspectiva interna, o Brasil não se diferencia do paradigma geral: medidas preventivas também são minimamente pensadas. Como o país é grande potência no setor agropecuário, os desastres ambientais mais comuns apresentam relação com esse ramo econômico. O “Dia do Fogo” realizado em 2019 é um dos exemplos mais visuais desse problema, o qual se agrava, ainda, pelo forte papel da elite agrícola na política brasileira (representados, especificamente, pela “bancada ruralista” no legislativo nacional).
Reafirma-se, portanto, a tese de que o preço do desenvolvimento frente à necessidade de preservação ambiental é uma incógnita, visto que, por conta de prerrogativas gananciosas e anticientíficas, esse preço não chega a ser nem mesmo calculado: o desenvolvimento é uma ordem. Assim, cabe ao Ministério do Meio Ambiente junto à instituições privadas, a estruturação de campanhas e projetos que busquem uma resolução mesmo que mínima, como a concessão de tributos fiscais para empresas que apresentem políticas ecológicas, a fim de diminuir a intensidade e consequência de tais desastres.

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1 Correção

  1. Nota 1 – 160 – demonstra bom domínio da norma padrão, apresentando poucos desvios gramaticais leves e de convenções da escrita.
    Nota 2 – 200 – desenvolve muito bem o tema proposto, explorando os principais aspectos.
    Nota 3 – 200 – A argumentação é consistente e revela excelente domínio do tipo textual dissertativo-argumentativo.
    Nota 4 – 200 – demonstra pleno domínio dos recursos coesivos, articulando as partes do texto sem apresentar inadequações na utilização desses recursos.
    Nota 5 – 160 – elabora uma proposta de intervenção clara, que se relacione bem com a tese desenvolvida e que esteja bem articulada com a discussão desenvolvida no texto.

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