“Ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da nação.” Na música “Que país é este?”, da banda Legião Urbana, há a denúncia acerca de diversos problemas sociais. Na realidade brasileira, isso pode ser observado à medida em que a negligência governamental e o silenciamento midiático perpetuam-se como desafios para a valorização da cultura africana. Nesse viés, faz-se imprescindível remediar esse imbróglio em prol da plena harmonia social.
Diante disso, em uma primeira análise, é importante pontuar o dever da máquina pública na garantia de direitos ao cidadão. De acordo com o jornalista Gilberto Dimenstein, em seu livro “O Cidadão de Papel”, o Brasil é marcado pela não aplicação prática dos mecanismos legais — como a Constituição de 1988 — e pela cidadania apenas no campo teórico. Nesse sentido, percebe-se que a postura estatal é de descaso no que se refere a valorização da cultural africana, uma vez que essa temática é deixada em último plano nas discussões e decisões políticas. Dessa forma, ao não investir em campanhas educativas públicas, para promover o reconhecimento do valor imaterial e material dessa cultura,o Estado fomenta a redução da diversidade cultural na sociedade brasileira. Assim, esse cenário se perpetua no Brasil, e os povos africanos e afro-brasileiros, por não receberem devida importância, são ignorados como parte da história.
Além disso, é válido perceber o silenciamento midiático como fator potencializador da problemática em debate. Segundo o filósofo Pierre Bourdieu, o que foi criado como instrumento da democracia não deve ser utilizado como mecanismo de opressão. Nesse contexto, devido ao desprezo dado pelos canais midiáticos no que se refere a valorização do patrimônio histórico-cultural africano no Brasil — o que pode ser observado na ausência da abordagens desse tema em novelas, propagandas e notícias—, os cidadãos brasileiros, condicionados a refletir as posturas da mídia, passam a ignorar esse tópico. Dessa maneira, e somado à desinformação vigente no Brasil, essa temática não recebe a devida atenção. Por conseguinte, a população afro – descendente, tem sua cultura reduzida em âmbito nacional.
Portanto, são notórios os fatores que alimentam a árdua realidade brasileira no que tange a valorização da cultura africana. O Governo Federal deve, pois, atuar na conscientização da população, por meio da criação de campanhas públicas informativas, que serão veiculadas nos meios de comunicação de grande abrangência, como os canais televisivos. Essa ação terá como finalidade chamar a atenção da sociedade para a importância do problema em questão . Ademais, cabe à mídia, no papel de principal formadora de opinião, atuar na mudança do comportamento social, por meio da inserção dessa temática em novelas e programas, com o fito de promover o pensamento crítico da população e seja de relevância nacional e a “cidadania aparente” abordada por Dimenstein seja superada.
Letícia Galvão
C1: A redação está bem estruturada e utiliza corretamente a norma culta. No entanto, há pequenos deslizes gramaticais, como a ausência de espaço após uma vírgula (“cultura,o Estado”) e algumas construções que poderiam ser aprimoradas, como “a valorização da cultural africana” (corrigido para “cultura africana”). Além disso, a concordância em “ausência da abordagens” deveria ser corrigida para “ausência das abordagens”.
Nota: 160
C2: A redação demonstra bom entendimento do tema proposto, discutindo a importância da valorização da cultura africana e a influência do governo e da mídia nesse cenário. Os argumentos são relevantes e adequados ao tema. A utilização de citações de Gilberto Dimenstein e Pierre Bourdieu reforça a construção da argumentação e demonstra um repertório cultural adequado.
Nota: 200
C3: Os argumentos estão bem desenvolvidos e organizados em uma estrutura clara, com introdução, desenvolvimento e conclusão. Os tópicos são explorados de forma coerente e articulada. Entretanto, há pontos onde a coesão pode ser aprimorada, especialmente no trecho final, onde o objetivo de “superar a ‘cidadania aparente’ abordada por Dimenstein” poderia ser melhor explicado.
Nota: 180
C4: A coesão textual está bem trabalhada na maior parte do texto. As transições entre as ideias e os parágrafos são claras, embora possam ser um pouco mais fluídas. Além disso, a escolha do vocabulário está adequada ao tema e contribui para a clareza da argumentação. Pequenos ajustes no uso de conectivos e na concisão das ideias ajudariam a fortalecer a coesão.
Nota: 160
C5: A proposta de intervenção atende às exigências do ENEM, pois é detalhada e indica claramente o papel do Governo Federal e da mídia. A intervenção inclui um agente, uma ação, o meio de execução e o objetivo final. Entretanto, o desfecho poderia ser mais direto ao mencionar o impacto positivo da valorização da cultura africana, complementando o objetivo de superar a “cidadania aparente”.
Nota: 860
giovakakka
“Ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da nação.” Na música “Que país é este?”, da banda Legião Urbana, há a denúncia acerca de diversos problemas sociais. Na realidade brasileira, isso pode ser observado à medida que a negligência governamental e o silenciamento midiático perpetuam-se como desafios para a valorização da cultura africana. Nesse viés, faz-se imprescindível remediar esse imbróglio em prol da plena harmonia social.
Diante disso, em uma primeira análise, é importante pontuar o dever da máquina pública na garantia de direitos ao cidadão. De acordo com o jornalista Gilberto Dimenstein, em seu livro “O Cidadão de Papel”, o Brasil é marcado pela não aplicação prática dos mecanismos legais — como a Constituição de 1988 — e pela cidadania apenas no campo teórico. Nesse sentido, percebe-se que a postura estatal é de descaso no que se refere à valorização da cultura africana, uma vez que essa temática é deixada em último plano nas discussões e decisões políticas. Dessa forma, ao não investir em campanhas educativas públicas para promover o reconhecimento do valor imaterial e material dessa cultura, o Estado contribui para a redução da diversidade cultural na sociedade brasileira. Assim, esse cenário se perpetua no Brasil, e os povos africanos e afro-brasileiros, por não receberem devida importância, são ignorados como parte da história.
Além disso, é válido perceber o silenciamento midiático como fator potencializador da problemática em debate. Segundo o filósofo Pierre Bourdieu, o que foi criado como instrumento da democracia não deve ser utilizado como mecanismo de opressão. Nesse contexto, devido ao desprezo dado pelos canais midiáticos no que se refere à valorização do patrimônio histórico-cultural africano no Brasil — o que pode ser observado na ausência de abordagens desse tema em novelas, propagandas e notícias —, os cidadãos brasileiros, condicionados a refletir as posturas da mídia, passam a ignorar esse tópico. Dessa maneira, e somado à desinformação vigente no Brasil, essa temática não recebe a devida atenção. Por conseguinte, a população afrodescendente tem sua cultura reduzida em âmbito nacional.
Portanto, são notórios os fatores que alimentam a árdua realidade brasileira no que tange à valorização da cultura africana. O Governo Federal deve, pois, atuar na conscientização da população por meio da criação de campanhas públicas informativas, que serão veiculadas nos meios de comunicação de grande abrangência, como os canais televisivos. Essa ação terá como finalidade chamar a atenção da sociedade para a importância do problema em questão. Ademais, cabe à mídia, no papel de principal formadora de opinião, atuar na mudança do comportamento social, por meio da inserção dessa temática em novelas e programas, com o fito de promover o pensamento crítico da população, para que seja de relevância nacional e a “cidadania aparente” abordada por Dimenstein seja superada.