Desafios para o desenvolvimento sustentável

O desenvolvimento sustentável caracteriza-se em ser uma prática que busca o equilíbrio entre a utilização dos recursos naturais, o crescimento econômico e a equidade social, com o intuito de permitir uma qualidade de vida nas gerações presentes e futuras. Entretanto, essa prática enfrenta diversos desafios, principalmente no que tange o recorte histórico, em que as cidades surgiram sem devido planejamento, além da falta de visão das empresas privadas acerca da corresponsabilidade que possuem com o meio ambiente e a sociedade como um todo. Desse modo, urge pensar em medidas para que esses desafios sejam minimizados e o desenvolvimento sustentável possa ser uma realidade brasileira.

Partindo desse pressuposto, é notório que essa problemática tem um caráter histórico no Brasil. Nesse sentido, o surgimento e o posterior crescimento das cidades brasileiras deu-se de forma desorganizada e desenfreada, o que é visualizado no hodierno, em que não há infraestrutura inteligente na urge. Sob essa análise, nota-se, portanto, que existe uma dificuldade de manter uma sustentabilidade nas construções, dado que irá constantemente possuir a necessidade de fazer mais moradias ou modificações estruturais nas cidades. Dessa maneira, há a geração não somente de um custo financeiro elevado como também, sobretudo, ambiental, pois esse setor consome muitos recursos naturais em todas as suas fases, desde a retirada da matéria-prima necessária à construção em si.

Diante desse cenário, a ausência de visão das empresas privadas a respeito da corresponsabilidade que possuem é um outro grande desafio para o desenvolvimento sustentável. Sob essa perspectiva, o livro “Ensaio sobre a cegueira”, de José Saramago, retrata uma sociedade a qual foi acometida por uma cegueira branca, o que tornou todos cegos perante os acontecimentos sociais, sendo individualistas e, portanto, com ações que beneficiavam somente a si. Nessa análise, as empresas privadas portam-se como portadoras da cegueira branca de Saramago, dado que possuem atitudes maléficas para o meio ambiente e para as sociedades presentes e futuras, em prol de um crescimento econômico individual, o que demonstra que elas ignoram a sua grande corresponsabilidade com os problemas ambientais, já que não buscam desenvolver de maneira sustentável.

Destarte, é imprescindível que o Tribunal de Contas da União em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente – uma vez que são os órgãos responsáveis por cuidar das finanças e de todos os setores que envolvem o ambiental, respectivamente – fomentem concessões fiscais aquelas empresas que, de forma efetiva, possuírem práticas sustentáveis, além de uma elevação de impostos a outras que não adotarem esse tipo de atuação. Assim, é necessário que haja fiscalizações, feitas pelo Ministério do Meio Ambiente, dentro das empresas, para que seja mais bem visualizado a efetivação dessas práticas. Tudo isso a fim de que essas grandes corporações deixem de possuir a cegueira branca e que o desenvolvimento sustentável possa ser cada vez mais presente na sociedade brasileira e, com isso, a qualidade de vida nas gerações seja garantida.