Desafios para o aumento da doação de órgãos no Brasil

No livro “Tartarugas Até Lá Embaixo”, de John Green, é retratada a síndrome de TOC, uma condição que afeta o próprio autor e é encorporada na protagonista Aza Holmes, é ilustrada semelhante a uma espiral. Nesse contexto, uma realidade análoga a espiral é vivenciada no Brasil, tendo em vista a alta demanda pela transfusão de órgãos e a dificuldade para o aumento da doação, um problema complexo que requer atenção. Desse modo, entre os fatores que contribuem para esse cenário negativo, estão o medo da sociedade e a falta de infraestrutura.
Primeiramente, vale ressaltar que a doação de órgãos é algo traumático para a sociedade e o medo a respeito é compreensível. Em um dos episódios da série Gray’s Anatomy os médicos Dr. Sheppard e O’malic, impediram que uma paciente considerada descerebrada e sem chance de recuperação fosse levada para a remoção de órgãos, pois eles verificaram que a paciente ainda possuía sinais vitais de vida cerebral e altas chances de recuperação. Com base reflexiva no trecho da série, é perceptível o medo de se tornar um doador de órgãos, e das famílias em autorizá-la. Dessa forma, enquanto permanecer o tráfico de órgãos, a sociedade não se sentirá totalmente segura para realizar a doação.
Ademais, o problema também provém, bastante, da falta de infraestrutura. No livro “Um Lugar Bem Longe Daqui”, de Delia Owens, o brejo é um local de baixíssima infraestrutura, marcado por dificuldades e preconceitos, lá morava sozinha a protagonista Kya Clark, uma menina abandonada pelos pais. Nesse panorama o “brejo” se assemelha a baixa infraestrutura da saúde referente a doação de órgãos no país, na qual a grande parte dos órgãos doados não podem ser aproveitados, esse é um problema gravíssimo que impede o avanço dos transplantes e também das doações e a confiança das famílias a permitirem a doação, pois ter que lidar com a frustração de doar e mesmo assim os órgãos não poderem ser aproveitados é escruciante. Logo, esse cenário deve ser combatido urgentemente.
Portanto, fica evidente a necessidade de intervir para que as dificuldades na doação de órgãos não sejam mais realidade. Para isso é preciso que o Ministério da Saúde crie um plano intensivo de combate ao tráfico de órgãos, e torne uma prioridade a infraestrutura dos hospitais e equipes que retiram os órgãos doados, por meio de investimentos dedicados a área da saúde, a fim de tranquilizar a população e aumentar os índices da doação de órgãos. Com a ação em andamento será evitado ao máximo os prejuízos por falta de infraestrutura. Dessa maneira, a espiral presente no problema poderá ter fim.