O etnocentrismo é uma forma de exclusão em que a maioria social compreende e impõe sua maneira de viver como a “correta”. Na obra “Vidas secas”, do autor Graciliano Ramos, o personagem Fabiano, motivado por essa doutrina excludente, sente-se inferior por não saber falar “adequadamente” e, por isso, prefere calar-se. Fora da ficção, é fato que a denúncia apresentada por Ramos pode ser relacionada aos desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil: gradativamente, a discriminação histórica e a exclusão social colaboram ativamente para o panorama de desvalorização de grupos regionais em seus aspectos mais etnocêntricos.
Nesse sentido, a gênese desse fato decorre de um passado repressor e da supervalorização do europeu. No começo da formação da atual sociedade brasileira, os portugueses e a Igreja Católica defenderam que os indivíduos brancos eram “superiores” em relação aos demais e, logo, deveriam educar os povos menos “civilizados”. Esse imperialismo europeu fomentou um expressivo crescimento da cultura europeia pelo país, bem como silenciou diversas comunidades nativas. Desse modo, tais grupos, como os indígenas, acabaram tornando-se marginalizados e, consequentemente, desvalorizados.
Ademais, os estigmas construídos pelo período colonial ocasionam a exclusão, quase total, dos povos tradicionais do restante da população. Esse cenário entrava o surgimento de uma percepção mais positiva acerca dessas outras parcelas sociais por parte da maioria, a qual passa a não as enxergar. Entretanto, o pensador Michel Foucault destaca que é necessário mostrar aos cidadãos que eles são mais livres do que pensam para transpor pensamentos errôneos formados em outros momentos da história. Dessa maneira, é fundamental formar novos conceitos.
É possível depreender, portanto, que os desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais são frutos de uma formação social etnocêntrica, o que se faz essencial suprimir. Para tanto, a escola, por meio dos docentes da sociologia, deve ensinar os estudantes a abranger etnias distintas, a fim de aumentar a empatia pela pluralidade social e de diminuir a discriminação civil. Outrossim, cabe ao Estado, por meio da verba pública, fornecer recursos humanitários que tenham o objetivo de proteger tais grupos e seu espaço, além de garantir a inclusão social.
Por fim, com essas medidas, o etnocentrismo será superado, e os Fabianos poderão conhecer aquilo que lhes foi outrora retirado: a valorização.
henriquessant
A introdução ficou boa, bom repertório, já que os corretores gostam de livros da literatura, presença de contraste, teses ok.
Argumentou bem nos desenvolvimentos, presença de repertórios ok. A conclusão faltou certo detalhamento, um dos 5 elementos para fechar. Bom domínio da língua portuguesa.
C1- 200
C2- 200
C3- 160
C4- 160
C5- 160
/880
mendesellenpety
Sua redação está bacana.
Introdução: ótima!
Desenvolvimento 1: creio que dava para argumentar mais sobre.
Desenvolvimento 2: Frase perfeita, mas faltou uma explicãozinha com a realidade. Seu desenvolvimento está ligado com o passado.
Conclusão: bacana.
Parabéns! Creio que uns 700 a 800 você consegue.
Sim, eu geralmente faço um pequeno parágrafo de apenas duas linhas para o fechamento da redação, mas temos duas propostas de intervenção no quarto parágrafo. Isso é permitdo, já que o conectivo “por fim” acaba conectando as ideias entre os parágrafos, não prejudicando os padrões da competência 5. Muito obrigado, meu amigo!
Enzo4150p
Sua conclusão não está no padrão Enem, certamente você perderia muitos pontos nessa competência.
A conclusão precisa de Agente, Ação, Detalhamento, Meio e Efeito.
Sua introdução está perfeita, mas achei um pouco longa. Tenta dar uma resumida nesse parágrafo.
Usou conectivos e argumentação dos 2° e 3° parágrafo estão boas.
Parabéns, mas cuidado com a conclusão !