Desafios para a valorização da herança africana no Brasil

Quando os escravos, vindos da África, desembarcaram no território brasileiro durante a escravidão, trouxeram consigo a cultura do continente que perpetua no país até os dias atuais. Nesse sentido, observa-se que a herança africana enfrenta desafios em sua valorização no Brasil, isso se deve tanto à invisibilidade dos costumes africanos quanto à omissão midiática do tema.
Sob essa perspectiva, é notório que a invisibilidade da cultura advinda da África é um dos principais motivos do revés. O artigo 5° da Constituição Federal de 1988, assegura que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Todavia, é indiscutível que o artigo funciona somente na teoria, visto que na prática, os descendentes africanos não possuem a total valorização de sua cultura de forma parecida aos demais cidadãos brasileiros, logo, não são tratados de modo igual no país. Como consequência disso, a herança africana permanece invisível e desvalorizada em meio à sociedade brasileira.
A omissão midiática é mais um dos fatores do impasse. “A mão que controla o jornal, o rádio e as telas, governa o país” – a frase, de Learned Hand, ressalta que a gestão estatal tem o poder de manipular os conteúdos midiáticos oferecidos para a sociedade, podendo usar para benefício próprio. Desse modo, é explícito que a mídia influencia negativamente na valorização da herança africana, uma vez que omite que o governo não disponibiliza caminhos para a população aprofundar seus conhecimentos acerca da cultura vinda do continente africano.
Portanto, os desafios causados pela invisibilidade do tema e omissão midiática necessitam de soluções. Dessa maneira, o Estado deve criar espaços públicos e ações – como centros culturais e programas sociais -, por meio de verbas governamentais, a fim de ampliar o conhecimento da sociedade sobre a cultura africana. Somente assim, os empecilhos para a valorização da herança africana no Brasil serão vencidos.