Desafios para a promoção da leitura e da alfabetização no Brasil

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No filme “O Menino Que Descobriu o Vento”, é abordada a situação do protagonista, William, em seu país, onde os habitantes passam por uma temporada de seca, e, para resolver esse problema, o menino desenvolve uma turbina de vento para o plantio, com base em conhecimentos diversificados extraídos de livros didáticos, mostrando a importância do ato de ler e estudar. Fora da ficção, infelizmente, uma parcela da população brasileira não possui acesso à leitura e à educação, aumentando o índice de analfabetismo no Brasil. Logo, é necessária a análise dos obstáculos que contribuem para esse triste quadro: a desigualdade educacional e a negligência governamental.

Em primeira análise, vale destacar que a disparidade da educação intensifica os desafios relacionados à promoção do processo literário e educativo. Segundo o educador brasileiro Paulo Freire, “a alfabetização é mais, muito mais, do que ler e escrever: é a habilidade de ler o mundo”. Nesse sentido, a falta de uma aprendizagem crítica, devido à desigualdade de ensino, impede que os indivíduos compreendam as causas de sua opressão e transformem suas realidades, perpetuando a desinformação e mantendo as pessoas marginalizadas sem os recursos necessários para questionar ou mudar suas condições sociais. Diante disso, a discrepância educacional resulta no agravamento do analfabetismo e na ausência de uma prática literária constante.

Além disso, convém ressaltar, ainda, o descaso estatal como fator que dificulta o cenário de alfabetização e de leitura. Conforme a Constituição Federal de 1988, é dever do Estado assegurar o direito à educação e promover o hábito de ler aos cidadãos brasileiros. Entretanto, nota-se que tais prerrogativas não são cumpridas de fato, visto que não há um investimento necessário em infraestruturas escolares, na compra de materiais didáticos e na manutenção de programas de incentivo à rotina literária, além da ausência de políticas culturais que possam estimular o hábito de ler, como bibliotecas públicas, agravando o campo de baixo desenvolvimento cultural e de desvalorização da prática literária. Posto isso, enquanto a omissão do Estado se mantiver, o governo permanecerá distante de uma resolução efetiva da promoção da leitura e da formação educacional.

Portanto, cabe ao governo, órgão responsável por garantir os direitos aos cidadãos e a existência de todos, investir mais em projetos que despertem o interesse ao costume literário, por meio da alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias -redirecionando verbas para essa área como prioridade -, a fim de mostrar a importância de desenvolver o senso crítico e a alfabetização. Ademais, urge que as instituições escolares, um dos principais meios de formação do pensamento crítico da sociedade, proporcione eventos literários, como feiras de livros, por meio de palestras de autores, na intenção de expandir a criatividade e praticar a leitura. Dessa forma, haverá uma diminuição do número de pessoas analfabetas e todos os cidadãos poderão ter a oportunidade de ampliar seus horizontes educacionais e literários.

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2 Correções

  1. Olá Evellyn, sua redação está muito bem estruturada e aborda o tema de forma clara.
    Quanto a intervenção eu sugeria detalhar um pouco mais as propostas, por exemplo, como eventos literários poderiam ser organizados ou quais parcerias seriam necessárias.
    O uso de conectivos que você fez é bom, mas poderia ser mais variado para aumentar a fluidez. Considere palavras como “além disso”, “consequentemente”, “por outro lado”, entre outras.
    Evite repetições de termos como “leitura” e “educação” ao longo do texto, buscando sinônimos ou reformulações, os corretores amam isso.
    A redação é bem estruturada e aborda o tema da alfabetização com clareza. Com algumas melhorias na exemplificação e na variedade do vocabulário, você pode aumentar ainda mais a qualidade do texto. Se precisar de mais ajuda, estou aqui para ajudar!

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