Desafios para a prática da leitura no Brasil

Na obra Utopia, do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e de problemas. Conquanto, o que se observa na realidade brasileira é o oposto, uma vez que o número de pessoas que não tem o hábito de leitura ainda é elevado, e preocupa em relação ao desenvolvimento desses cidadãos. Esse cenário deve-se tanto à negligência governamental quanto à passividade da população em meio a modernidade.
A princípio, é imprescindível destacar que a omissão estatal possui relação com esse revés. Esse contexto de inoperância das esferas de poder exemplifica a teoria das Instituições Zumbis, do sociólogo Zygmunt Bauman, que as descreve como presentes na sociedade, mas sem cumprirem com sua função. Sob essa ótica, a falta de políticas públicas eficazes para disseminar a leitura nas instituições de ensino torna a situação ainda mais grave e preocupante. Desse modo, não é garantido o direito à educação segundo o Artigo 6° da Constituição Federal.
Ademais, outro fator notório é a alienação da sociedade com as novas tecnologias. De acordo com o portal G1, apenas 30% dos brasileiros praticam a leitura. Essa situação ocorre em virtude da modernidade, que a maioria dos jovens utilizam mais os celulares do que os livros, além da falta de incentivo dos pais e professores em desenvolver os filhos e alunos para ler. Segundo o filósofo brasileiro Paulo Freire, se a educação sozinha não muda a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda. Nesse contexto, fica claro que é preciso medidas para que todos possam usufruir e ter acesso à leitura, fazendo jus ao pensamento do educador Paulo Freire.
Portanto, medidas devem ser tomadas para a problemática em questão. É necessário que o Ministério da Educação junto com o Governo – órgão responsável pela administração do país- criem um projeto para implementar bibliotecas públicas, por meio das escolas e da mídia para conscientizar a população. Assim, espera-se que os direitos dos cidadãos sejam garantidos, conforme institui a Constituição Cidadã.