Desafios para a implementação da telemedicina no Brasil

De acordo com a Constituição Federal de 1988, é dever de o Estado garantir – a todo cidadão brasileiro – o acesso a serviços e atendimentos médicos com o objetivo de evitar e prevenir doenças. Contudo, hodiernamente, há um entrave na implementação da telemedicina – atendimento clínico à distância – no Brasil. Tal dificuldade de inserção tem como causa não só a lenta mudança da mentalidade social como também a falta de investimento estatal. Dessa forma, é inadiável o debate de ações que visem mitigar essa barreira relacionada à saúde.

Em primeira análise, é mister destacar a tardia transformação do pensamento social a cerca da telemedicina. Nessa perspectiva, a arcaica ideia de que uma consulta via internet não seja tão segura quando uma feita presencialmente deve ser mudada – com uma devida explicação a todos acerca da necessidade do atendimento online – para que haja menos resistência dos brasileiros. Desse modo, entende-se que para ter uma mudança do conceito social sobre a telemedicina é necessário que o Ministério da Saúde crie medidas que incentive os cidadãos a aceitarem essa nova prática.

Ademais, cabe relacionar a falta de investimentos do Estado na área da saúde com os desafios enfrentados para implementar a telemedicina no Brasil. Sob esse viés, o escritor Johann Goethe afirma que a maior necessidade de um Estado é a de governantes corajosos. Evidencia-se, assim, que a incorporação de tecnologia no meio médico exige não só a aceitação social como também a coragem de representantes políticos aptos a financiarem equipamentos hospitalares destinados ao uso da telemedicina.

Portanto, torna-se necessário que medidas estratégicas sejam arquitetadas para atenuar esse quadro. Para isso, convém que o Ministério da Saúde proporcione aos cidadãos brasileiros o acesso às informações sobre a telemedicina, por meio da distribuição de cartilhas que expliquem as vantagens, desvantagens e limitações de tal ato. Essa divulgação deverá ser feita tanto presencialmente quanto no meio digital, através das redes sociais, com a finalidade de haver um maior esclarecimento sobre a telemedicina. Feito isso, o acesso a serviços que promovam o bem-estar da população será plenamente garantido – tal qual assegura a Carta Magna de 1988.