Desafios para a formação educacional dos indígenas no Brasil.

No romance indianista “Iracema”, do célebre escritor José de Alencar, são retratadas as disparidades culturais entre os indígenas e os colonizadores em meio ao relacionamento de Iracema e Martin. Analogamente, na contemporaneidade, no que concerne aos desafios para a formação educacional dos nativos, é refletida a perpetuação dessas divergências. Diante dessa perspectiva, faz-se imperiosa a análise de fatores que ratificam essa questão, tais como a inoperância estatal e o estigma associado aos aborígenes.

Em primeiro plano, é preciso pontuar o descaso governamental como entrave para a resolução desse óbice. Sob essa ótica, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, descreveu como “instituições zumbis” as entidades que não cumprem sua função social com eficiência, dentre elas o Estado. Frente a isso, os índios não têm garantia do acesso à educação, uma vez que lhes falta apoio do Poder Público na oferta de escolas próximas, transporte adequado e ensino de qualidade. Finalmente, é necessário saciar a carência de políticas administrativas para reverter tal panorama.

Outrossim, vale ressaltar a difamação praticada sobre esses povos como impulsionadora dessa adversidade no território nacional. Sob esse revés, o famigerado físico Albert Einstein teorizou – “É mais fácil desintegrar um átomo do que romper um preconceito”. Nesse ponto de vista, a manutenção de comportamentos xenofóbicos motivados pela indiferença dos praticantes gera uma cultura que , infelizmente, ganha cada vez mais repercussão, ocasionando a alienação dos originários em âmbitos escolares, dificultando a sua universalização em mercados de trabalho ou universidades. Logo, é inadmissível que esse ideal continue a perdurar na nação Tupiniquim.

Depreende-se , portanto, a indigência de destrinchar esse desafio. Para isso, é imprescindível que o Governo Federal, órgão nacional responsável por implementar políticas públicas, em parceria com a FUNAI (Fundação Nacional do Índio), por meio do Ministério da Educação, promova programas de incentivo que ofereçam amparo aos atingidos, destine verbas e fortaleça leis que punam crimes de ódio contra os autóctones, a fim de esclarecer sua formação educacional. Assim, se consolidará uma pátria inclusiva e solidária, a qual descartará discordâncias ou conflitos, tal como afirma José de Alencar.

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