Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil

As dificuldades na educação de surdos no Brasil não devem ser consideradas como um empecilho, mas como um desafio a ser superado. Em pleno século XXI, tal cenário reflete a incompetência e o descaso político brasileiro, que não promove mecanismos efetivos de adaptação educacional à pessoas com necessidades especiais. Nesse contexto, observa-se que as próprias negligências governamentais impedem a consolidação de uma educação adequada à jovens surdos no Brasil, transcendendo a importância de seu defronte.
Em primeira instância, cabe pontuar que, nos primórdios do século XX, a escritora norte-americana e surdocega Helen Keller obteve, com louvor e maestria, seu bacharelado pela Faculdade Radcliffe, em Massachusetts, tendo como alicerce sua ilustre educadora Anne Sullivan. Mesmo com as adversidades da época, Anne foi capaz de disciplinar Helen de forma notória, tornando-a a primeira surdocega a obter um bacharelado na história, o que evidência a capacidade desses na obtenção do conhecimento. Nesse sentido, a persistência e a dedicação de Anne Sullivan, frente a educação de Helen Keller, é um exemplo que deve ser seguido pelo sistema educacional brasileiro, em busca de vencer, assim como tais, os desafios estabelecidos pela educação de surdos na contemporaneidade nacional.
Ademais, segundo a Constituição Federal, é dever do Estado estabelecer medidas que assegurem a atuação de um instrutor, tradutor ou intérprete de libras em setores educacionais brasileiros, assim como mecanismos que promovam a adaptação desses. Entretanto, a realidade denota-se contraditória ao que é descrito no âmbito legal, uma vez que muitas instituições municipais, estaduais e federais de ensino não provém de mecanismos que permitam a adaptação de alunos surdos na instituição, o que dificulta o combate desse infortúnio social brasileiro. Desta maneira, sendo um dever estatal, é imprescindível uma diligência efetiva do Estado perante a problemática analisada, a fim de assegurar os direitos educacionais estabelecidos pela Constituição Federal à esses indivíduos.
Desta forma, é necessário a atuação do Governo Federal – órgão responsável por gerir e organizar a sociedade -, com o apoio do Ministério da Educação, em busca de estabelecer medidas e mecanismos eficientes de adaptação a surdos em instituições municipais, estaduais e federais de ensino, como também incentivar a adaptação de instituições particulares, por intermédio da Constituição Federal, fiscalizando as adaptações realizadas nessas instituições periodicamente. Em suma, tenciona-se o combate aos desafios estabelecidos pela educação de surdos no Brasil através das medidas supracitadas e, por meio delas, promover o crescimento acadêmico desses jovens, assim como Anne Sullivan e Helen Keller no século XX.