“Desafios para a democratização do acesso à Internet no Brasil”

  De acordo com Simone de Beauvoir, “o mais escandaloso dos escândalos é que nos habituamos lhes”. Dessa forma, nota-se que a afirmação da pensadora se concretiza no Brasil, haja visto que os problemas para a democratização do acesso à internet é um entrave social banalizado pela sociedade atual. Sendo assim, convém ressaltar que essa realidade se deve não só pela desigualdade social, mas também pelos impactos causados pela baixa escolaridade.

  Ademais, é válido frisar que a inércia estatal agrava esta situação. Considerando que, segundo o Contrato Social, de Thomas Hobbes, é dever do Estado garantir os serviços para o bem-estar da população. No entanto, não é segredo a maneira precária em que vivem uma grande parcela da sociedade. De modo deplorável, assim se encontram, muitas vezes deveras preocupadas com a fome que passam, acabam não encontrando tempo para pensar em usar a internet.

  Sob esse viés, sobrepõe-se a inepta escolaridade em regiões com elevados índices de pobreza no país. Nesse sentido, é explícita a segregação da ferramenta tão importante no desenvolvimento social, constata-se que o desinteresse na utilização da rede se dá pela ignorância de fato, algo que apresenta complexidades na forma de utilização para pessoas com pouco ensino se torna nada atrativo.

  Em suma, é necessário que haja intervenção de órgãos governamentais como o MEC e o Ministério de Comunicações. Por intermédio da distribuição de aparelhos de banda larga gratuita para famílias de pouca renda, visando amenizar o desnivelamento em que se encontra o corpo social, ainda incentivando a busca pelo conhecimento e a informação. Somente assim, o escândalo da desigualdade da distribuição do acesso à internet poderá receber um desfecho.