Desafios para a alfabetização no Brasil

   O livro “Anne of Green Gables” de L.M. Montgomery, retrata a história da órfã Anne que, sedenta por conhecimento, luta para encontrar seu lugar no mundo. A garota logo se adapta e chama atenção com sua inteligência e o grande amor pelos livros. No entanto, de forma antagônica à ficção, a realidade brasileira dispõe de um enorme número de analfabetos. Nessa concepção, a marginalização e a evasão escolar se apresentam como os principais entraves do universo educacional.

   Em primeiro plano, é visível o preconceito com iletrados no Brasil. Segundo a historiadora Débora Aladim, apenas duas constituições permitiram votos para analfabetos: a primeira (1824) e a última (1988). Esta foi uma forma de impedir pessoas mais pobres de participar politicamente, já que apenas os mais ricos possuíam condições financeiras para garantir seu acesso à educação. Até os dias atuais, muitas pessoas são excluídas da sociedade por não serem alfabetizadas. Deste modo, é notável que a discriminação para com os analfabetos possui raízes profundas e negativas no corpo social brasileiro.

   Ademais, a evasão escolar é visivelmente uma importante causa do analfabetismo no Brasil. De acordo com uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada em 2020, das 50 milhões de pessoas com idades entre 14 e 29 anos, dez milhões, ou seja, 20% delas, não tinham terminado alguma das etapas da educação básica, já que muitas abandonaram a instituição de ensino para buscar trabalho. Logo, o abandono escolar é evidentemente um problema grave para a sociedade.

   Diante dos fatos mencionados, torna-se notável a necessidade de amenizar o quadro de analfabetismo atual.  O Ministério da Educação deve, por intermédio das mídias sociais, divulgar a importância da alfabetização no país, destruindo as crenças negativas e os preconceitos da população, além de promover uma reunião em conjunto com as equipes escolares de colégios públicos, para a discussão de melhores estratégias de ensino e incentivo a contratação de professores especializados em alfabetização, afim de aprimorar a qualidade das escolas, para que assim o número de analfabetos diminua cada vez mais. Dessa forma, o cidadão brasileiro verá seu direito à educação assegurado.