Desafios no desenvolvimento do hábito da leitura entre os brasileiros

Inicialmente, o Brasil obteve o seu primeiro contato com os livros durante o Período Colonial, na qual eram propagadas, em sua maioria, livros que enalteciam o governo ou a religião católica. No entanto, apenas as classes com maior poder aquisitivo tinham condições sociais de praticar a leitura. Após séculos, o território nacional abrange diversas bibliotecas com livros de assuntos variados, porém, em relação à quantidade de leitores o país aparenta estar vivendo o Período Colonial, já que o número é muito baixo. Nesse contexto, percebe-se que há desafios no desenvolvimento do hábito da leitura entre os brasileiros, causado, não somente pelos altos números de cidadãos analfabetos, mas também pela motivação feita de maneira ineficiente por parte das instituições responsáveis pela educação do povo.

Antes de tudo, é importante relatar o impacto causado pela inércia do Estado em relação à taxa de analfabetismo. De acordo com o livro “Cidadão de papel”, escrito pelo escritor Gilberto Dimenstein, é preciso que a governança invista na educação para tornar o número de analfabetos, gradualmente, menor. Entretanto, observa-se o contrário na realidade brasileira e a falta de investimentos ou apoio fica mais explícito nas áreas que vivem os estudantes de classes sociais baixas, pois com a falta de auxílio financeiro os jovens sentem-se com a responsabilidade de ajudar as suas famílias e preferem trabalhar a estudar, visto que as instituições de ensino não possuem condições financeiras para o suporte adequado para os alunos. Consequentemente, a taxa de analfabetismo e de evasão escolar tornam-se maiores, empecilhos que se relacionam diretamente com os problemas referente à leitura. 

Ademais, deve-se abordar a motivação frente ao hábito de ler feita de maneira inadequada como um fator agravante da problemática. Frequentemente, as crianças têm sua primeira experiência com a leitura através de livros acerca das disciplinas escolares e essa não tem se mostrado uma tática eficiente, pois neles há um vocabulário mais técnico e menos fácil de ler. Sendo assim, os jovens adquirem uma visão negativa dos livros e dificilmente utilizam o seu tempo livre para ler, além de carregarem esse pensamento até a vida adulta. Ou seja, quando o primeiro contato com livros é através de assuntos não interessantes para a idade das crianças, maior é a probabilidade delas não desenvolverem o hábito da leitura.

Desse modo, graças a ineficácia governamental e escolar, o verbo “ler” tem enfrentado entraves na nova e na atual geração. Portanto, com o objetivo de tornar o ato de ler mais prazeroso e acessível para a população, faz-se necessário ao Poder Executivo, com auxílio do Ministério da Educação, com o capital arrecadado dos impostos pagos pela nação, proporcionarem investimentos em equipamentos escolares e promoverem programas que visam a inserir mais jovens no ambiente escolar. Também cabe às instituições de ensino oferecerem, desde a infância do estudante, livros de assuntos variados, objetivando atender todas as preferências. Tais medidas pretendem deixar os obstáculos da leitura na história brasileira, iniciada durante o governo português.