Sabe-se das diversas áreas que abrangem a questão de saúde pública de um país e dentre elas está a pobreza menstrual. Nesse aspecto, é relevante analisar os desafios no combate a esse problema no Brasil – que são gerados pela inobservância estatal e o abismo social – de modo a remediar tais fatores.
No livro “Cidadão de papel”, do jornalista Gilberto Dimeistein, a denúncia de diversos mecanismos legais é feita, evidenciando uma cidadania aparente – metáfora utilizada pelo autor. Sob essa óptica, observa-se que o descaso do governo em não ampliar políticas públicas que auxiliem mulheres durante o período menstrual, como o saneamento básico e a oferta de itens higiênicos, são fatos que exemplificam o postulado por Dimenstein, de que direitos básicos são garantidos a todos pela Constituição, mas não têm ocorrido na prática. Como consequência a falta de absorventes e água potável, tendo em vista que o período demanda de banhos frequentes, ocasiona a evasão escolar de meninas que não vão para a aula no período que estão menstruadas.
Ademais, vale ressaltar o reflexo da desigualdade social para o agravamento dos desafios no combate a pobreza menstrual. Nesse viés, nota-se a diferença, nos grandes centros urbanos, de bairros “nobres” em assimetria com as favelas. Isso é ilustrado na minissérie “Cidade dos Homens” que mostra a realidade da população carente que vive nos morros e tem dificuldade em possuir serviços básicos, como o acesso aos Correios, mostrado no episódio 3. Desse modo, muitas mulheres inseridas nesse panorama não conseguem comprar os itens descartáveis necessários, tanto para si quanto para suas filhas, causando, muitas vezes, o constrangimento e a pressão psicológica dessas quando não conseguem conter o sangramento e este fica visível em suas roupas fazendo com que outros caçoem do acontecido.
Diante do exposto, ficam evidentes os desdobramentos nocivos que a pobreza menstrual pode causar para sociedade. O governo, portanto, deve criar programas que realizem a distribuição de absorventes, OB (absorventes internos) e itens para higiene, como sabonete íntimo, para a parcela carente da população, isso deve ocorrer em postos de saúde, escolas e por meio de assistentes sociais. Além disso, deve realizar campanhas que informem a população sobre esses projetos por intermédio de cartazes, e propagandas na televisão, com o fito de amparar a população feminina no durante o ciclo menstrual e assim evitar a evasão escolar.
EduardoCardoso361
A redação está boa, mas algumas coisas merecem ser pontuadas:
C1- A palavra “óptica” só pode ser usada quando se referir ao sentido da visão. No seu texto, o certo seria “ótica”;
C3- O seu repertório está relativamente fraco, e usar “Cidade dos Homens” deixa sua argumentação rasa. Encaixaria muito melhor se você usasse essa referência como contextualização na introdução, e deixasse esse espaço no D2 para inserir algum dado, estudo ou citação que fortalecesse e deixasse mais profunda a sua tese;
C4- São precisos pelo menos dois conectivos interparágrafos para não haver desconto, além de outros intraparágrafos. Você apresentou apenas um (Ademais). O jeito mais fácil seria inserir algum conectivo conclusivo no começo do último parágrafo, como “portanto”, “por isso” ou “dessa forma”.
E um último adendo: alguns professores consideram muito fraco utilizar o governo como agente da intervenção, pois é muito vago. O ideal seria utilizar um ou dois ministérios no lugar. Pra esse tema poderiam ser usados o da Saúde, o da Cidadania, ou da Mulher, Família e Direitos Humanos.
C1- 200 (no máximo dois erros de português são tolerados na correção, por isso não fiz desconto na nota)
C2- 200
C3- 120
C4- 160
C5- 200
Total: 880