Desafios no combate à fuga de cérebros no Brasil

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O cenário de caos na saúde causado pela recente pandemia de coronavírus e necessidade urgente da atuação da ciência no mundo atraiu a atenção do povo brasileiro para um fator alarmante das última década: a fuga de cérebros. Chamado no inglês de brain drain, esse fenômeno consiste na migração de talentos na ciência de um país com poucas oportunidades na área, como o Brasil, para outros mais desenvolvidos. Essa exportação intelectual, porém, não traz apenas problemas para os migrantes, que são obrigados a se adaptarem à uma nova realidade, língua e cultura para poderem seguir em suas carreiras. Com essa migração, o país perde a mão-de-obra necessária para avançar em pesquisas científicas, impedindo qualquer progresso na área.

Só em 2017, mais de 21 mil cientistas migraram do país alegando a busca de melhores oportunidades, muitos desses recém-formados, abandonando seus postos nacionais. É fato que o Brasil vêm aos poucos diminuindo os já escassos investimentos na educação e pesquisas ao ponto que tornaram-se comuns relatos de cientistas, como Suzana Herculano-Houzel, a mais renomada neurocientista brasileira, que declaram que tiveram que tirar do próprio bolso recursos para suas pesquisas. Tais acontecimentos ganham mais importância dada a atual necessidade de pesquisas em massa para o combate à pandemia viral, sobre a qual informações desde a possibilidade de contágio até o melhor forma de tratamento são essenciais para qualquer política a ser tomada no momento.

Tal fenômeno de fuga de cérebros no Brasil vêm de décadas ao ponto que se instalou como parte da cultura nacional. Considera-se que um cientista no Brasil teve sucesso em sua carreira a partir do momento em que consegue migrar para um pólo científico no exterior. O pessimista inconsciente coletivo a respeito do país, no entanto, não é o maior problema. Com o constante aumento de profissionais que buscam por outros países com maior incentivo, o Brasil acaba por, não tendo pessoal suficiente para conduzir pesquisas e inovar na área, se tornando cada vez mais dependente da ciência externa.  Essa passividade diante do avanço científico internacional afasta investimentos e incentiva ainda mais a fuga de cientistas, criando um ciclo cada vez mais perceptível e maléfico para o cenário nacional.

Sendo a principal causa para o “êxodo intelectual” dos profissionais brasileiros a falta de investimentos, cabe ao Estado, dada a necessidade do investimento na ciência demonstrada pela crise sanitária de 2020, perceber e de fato investir mais em pesquisas e na formação profissional dos futuros cientistas, de forma a manter em solo nacional os que buscam oportunidades na área.  Assim, com o incentivo à produção brasileira de conhecimento, espera-se que tanto o país se coloque numa posição de maior destaque e contribua mais para a ciência internacional, como, num futuro mais otimista, crie um pólo científico minimamente desenvolvido e atraia outros cientistas, tantos os brasileiros que migraram para o exterior quanto imigrantes que não conseguiram colocação no mercado em sua terra de origem.

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2 Correções

  1. Você possui um bom domínio na competência 1 (C1), que é o domínio da norma culta da língua portuguesa, na C2 tem que tomar cuidado para não fugir do tema, no caso seu próprio título, C3 está bom, continue aprimorando, C4 o uso de conectivos e vírgulas no seu texto irá enrriquecelo, C5 na sua conclusão só faltou dizer que órgão do país que deverá fazer o investimento, ser mais específico… não especifiuei muito as competências para não ficar um comentário muito grande, mas pesquise, tirei do método de correção do Enem, espero ter ajudado.

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  2. Sua redação apresenta a estrutura dissertativa-argumentativa, com um projeto de texto desenvolvido. Entretanto, algumas observações devem ser feitas. Sua introdução não denota claramente quais vão ser os desenvolvimentos, algo que é bastante interessante para uma progressão textual. No seu primeiro desenvolvimento, é possível perceber um repertório, porém é interessante explicitar as fontes de sua informação. Além disso, seu segundo período poderia ser melhor desenvolvido, prestando atenção à utilização das vírgulas. Uma boa dica é evitar períodos muito longos. Para mais, seu segundo desenvolvimento acaba sendo um pouco repetitivo e novamente sua progressão textual é comprometida. Por fim, não consegui identificar os 5 elementos em sua proposta de intervenção.
    Espero ter ajudado.

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