Desafios e perspectivas da educação à distância no Brasil.

No filme “O menino que descobriu o vento”, é narrada a história de um garoto que, por meio da educação, mudou a realidade de sua aldeia na África após descobrir como obter água através do vento. Não só na ficção, mas também na realidade, a educação desempenha  um papel transformador. Diante dessa conjuntura, criou-se o EaD (ensino à distância), uma tecnologia que gera um amplo debate na esfera educacional. Portanto, faz-se necessário ponderar os desafios e perspectivas inerente à tal método.

Precipuamente, é fulcral pontuar as desigualdades sociais, que surge com os avanços tecnológicos, como sendo um dos desafios para a educação à distância. Acerca disso, o filósofo Pierre Lévy afirmou que toda tecnologia criava os seus excluídos. Sob esse prisma, ao analisar a sociedade brasileira, a qual é caracterizada por uma grande desigualdade social, observa-se que 30% da população não tem acesso à internet, de acordo com o “TIC Domicílios 2019”. Diante disso, visto que a obtenção da banda larga é preponderante para se ter acesso à esse tipo de educação, consequentemente essa porcentagem populacional brasileira ficará excluída de seus direitos educacionais o que, infelizmente, torna a educação um privilégio e não um direito cidadão.

No entanto, a nova modalidade educacional trás perspectivas promissoras para alunos que têm acesso à ela. Nesse sentido, é imperativo destacar a superação de barreiras geográficas com tal metodologia. Exemplificando tal afirmativa, é possível que um aluno, residente no nordeste brasileiro, possa estudar em uma instituição de nível superior no sul do país, rompendo as barreiras regionais. Além disso, o aluno também terá uma maior flexibilidade no horário, uma vez que, possuindo ferramentas como notebooks e internet, poderá acessar as aulas a qualquer momento e em qualquer lugar, evidenciando o EaD como uma modalidade inovadora.

Portanto, tendo em vista os desafios, urge a necessidade de medidas que possam solucionar o impasse. Dito isso, o Ministério da Educação, em parceria com instituições de ensino à distância, deve democratizar o acesso ao EaD por meio de um projeto de lei, entregue à Câmara dos Deputados, que permita que pessoas com renda inferior à dois salários mínimos possam receber ferramentas, como computadores e acesso gratuito às respectivas plataformas de ensino. Desse modo, tal ação tem a finalidade de difundir a educação à distância no Brasil de forma a ampliar as oportunidades de formação profissional no país.