Desafios do acesso à água potável no Brasil

A sociedade, em território brasileiro, tem enfrentado entraves em relação ao saneamento básico desde o século XVIII, na qual ocorreu, entre os anos de 1877 e 1879, a chamada “Grande Seca”, evento responsável pela escassez de água na região do Nordeste, causando a morte de mais de 500 mil pessoas. Em analogia, mesmo depois de muitos anos, o corpo social brasileiro atual enfrenta obstáculos semelhantes. Sendo assim, percebe-se que há desafios para se obter acesso à água potável, causado, não apenas pela infraestrutura inadequada em diversas regiões do país, mas também pela ineficácia do governo.

Antes de tudo, deve-se abordar os impactos causados pelo planejamento estrutural feito de maneira equivocada. Após a Revolução Industrial (XVIII a XIX), tornou-se comum, devido à expansão tecnológica, a substituição do trabalho manual pela utilização de máquinas, pois o uso de equipamentos tecnológicos eram mais econômicos e eficientes para as empresas. Dessa maneira, ocorreu o evento chamado “Êxodo rural”, que caracteriza os indivíduos que moravam em zonas rurais e foram obrigados a se mudarem para os ambientes urbanos, com o objetivo de conseguirem novos empregos. Entretanto, com o excesso de novos habitantes nas áreas urbanas em um curto período, não havia lugares adequados suficientes para a qualidade de vida, então, começou-se a construir casas que não possuíam redes de esgoto e que não possuem até os dias atuais. Consequentemente, a expectativa de vida para os cidadãos que vivem em tais ambientes é menor em comparação ao restante do Brasil, pelo fato de estarem mais propensos às doenças.

Ademais, é importante relatar a inércia do Estado como um fator agravante da problemática. Na animação “Rango”, é contada a história de uma comunidade que combatia a seca há anos, mas o governador desta comunidade não planejava atitudes com o intuito de modificar o contexto. Fora da ficção não  difere, tendo em vista que a administração superior se mostra ineficiente frente a tal situação, porque no Brasil morrem cerca de 10 mil pessoas por ano, vítimas do consumo de água contaminada ou por desnutrição(decorrente da falta de H2O). Em vista disso, nota-se que não há investimentos notórios buscando alternativas que visam a mitigar tal problema.

Desse modo, graças à pouca ou nula ação da governança, o país abrange situações de seca por todo seu território e, é preciso que haja ações para reverter o cenário atual. Portanto, faz-se necessário ao Poder Executivo, com auxílio do Ministério Público, por meio do dinheiro arrecadado através dos impostos pagos pela nação brasileira, investirem em serviços de drenagem, limpeza e sistemas de esgoto nas localidades precárias. Medidas assim tendem a diminuir os efeitos decorrentes da falta de água e evitar que a Grande Seca ocorra novamente.