Desafios da modalidade de ensino EJA: Educação de Jovens e Adultos

  A série de televisão Segunda Chamada narra o cotidiano do período noturno de uma escola pública que oferece ensino para jovens e adultos, isto é a modalidade de ensino EJA. Nesta obra televisiva brasileira há um retrato dos perfis de alunos que frequentam essa modalidade de ensino, e as dificuldades que esses enfrentam, como problemas extraescolares e da falta de infraestrutura escolar. De maneira análoga à ficção, a questão dos desafios que os alunos da modalidade EJA enfrentam é recorrente em muita escolas públicas brasileiras. Assim, é lícito afirmar que devido a um investimento precário das esferas públicas destinado á educação, e aos problemas pessoais dos alunos, como dificuldades financeiras, há uma grande dificuldade da consolidação do ensino de jovens e adultos.

  Deve-se destacar, primeiramente, os problemas ligados ao escasso investimento na área da educação por parte dos governos em nível Federal e Estadual. Acerca disso, é válido apresentar os dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), de que o número de escolas as quais oferecem o ensino para jovens e adultos recuou 30% nos últimos 10 anos, desproporcional aos 3,5 milhões de alunos matriculados no EJA. Sob essa premissa, é notório que devido a um investimento precário destinado às escolas públicas, muitas dessas não conseguem suprir os custos para a manutenção do ensino de outras modalidades de alunos, consequentemente há um recuo do número de escolas que oferecem o EJA.

  Ademais, em análise aos problemas extraescolares que os dicentes jovens e adultos possuem. É explícito que muitos passam por dificuldades econômicas e tendem a dedicar grande parte do tempo diário para trabalhar, assim não há uma dedicação plena e constante ao aprendizado escolar. Tal cenário reforça a ideia de Paulo Freire, pedagogo brasileiro, de que em comunidades marginalizadas o a educação escolar é interferida por problemas pessoais dos alunos, bem como preocupações econômicas.

  Portanto, é evidente que as principais dificuldades da formação de alunos da modalidade EJA são o investimento precário estatal na educação, e a condição social e financeira dos discentes. Assim, é necessário que as Secretarias Estaduais da Educação criem incentivos para os jovens e adultos, através da criação de bolsas de estudo, as quais priorizem alunos em grande vulnerabilidade, e por meio de uma pacote econômico que priorize a reforma dos equipamentos educacionais nas escolas públicas, bem como a infraestrutura escolar, com o intuito de consolidar o ensino na modalidade EJA.