Desafios da Educação a Distância no Brasil

De acordo com o Artigo 1° da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos”. Contudo, no Brasil, o direito a educação se encontra oposto a isso, visto que essa prerrogativa não tem se consolidado com ênfase na prática quando se observa a educação a distância no Brasil, visto que não só está presente a negligência governamental, como também é vigente o analfabetismo digital.

Antes de tudo, é válido ressaltar a notória ausência de medidas governamentais para combater os desafios da educação a distância no Brasil. Nesse sentido, é perceptível as desigualdades sociais enfrentadas pelos alunos quando se observa a inserção do ensino a distância durante a pandemia do coronavírus em 2020, como o acesso limitado à internet – advindo da baixa renda dos estudantes, principalmente de escolas públicas – e a falta de espaço em casa. Essa problemática, segundo as ideias do filósofo contratualista John Locke, se caracteriza como uma violação do “contrato social”, já que o Estado não cumpre sua função de garantir que os cidadãos desfrutem de direitos indispensáveis, como a educação, o que infelizmente é evidente no país.

Ademais, é fundamental apontar o analfabetismo digital como impulsionador das dificuldades encontradas na educação a distância no Brasil. Segundo uma pesquisa realizada em 2016 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 24 milhões de brasileiros não sabem utilizar a internet. Diante de tal exposto, é evidente que muitos alunos e professores estão inseridos nessa apuração, por isso torna-se inviável a adoção do ensino a distância em várias partes do país, em especial em escolas públicas, sem antes corrigir esse empecilho. Assim, é inaceitável que o cenário dos problemas mencionados continue a persistir.

Portanto, é necessário combater esses obstáculos. Para isso, é mister que o Ministério da Educação, por meio de verbas educacionais, dedique planos de internet e cursos gratuitos sobre a correta utilização da internet – focados nos ambientes virtuais de aprendizagem, onde, posteriormente, será ministradas as aulas online – a alunos e professores com dificuldades, a fim de dar educação à toda população. Desse modo, se consolidará uma sociedade mais justa, onde o Estado desempenha corretamente seu “contrato social”, tal como afirma John Locke.