Desafios da adoção no Brasil

A constituição Federal de 1988 garante prioridade aos direitos fundamentais da criança e do adolescente, incluindo a convivência familiar e comunitária. Entretanto, esses direitos não têm sido bem assegurados no Brasil, a adoção em território nacional é um grande desafio para muitos cidadãos que estão em busca de uma família, mas que dependem do longo processo de ordem burocrática e a incompatibilidade no padrão dos perfis majoritariamente escolhidos. Deste modo, faz-se necessário acelerar o processo adotivo e conscientizar a população sobre o verdadeiro significado da adoção.

Preliminarmente, segundo dados do CNJ, 43% das ações de adoção são realizadas em mais de 240 dias. Nesse contexto, é impossível não apontar a demora no processo adotivo como ponto principal do problema. Isto é, muitos dos cidadãos interessados em adotar estão sujeitos em desistir no meio do caminho devido ao extenso e cansativo processo de perfilhamento. Logo, é necessário diminuir a demora nas ações de adoção, para que o processo burocrático não seja o motivo de tantas crianças e adolescentes não terem a oportunidade de serem adotados.

Ademais, é imperativo ressaltar a teoria de Zygmun Bauman, que diz que as relações sociais são fluidas, de modo a atender os interesses pessoas de cada um. Analogamente, a maioria dos indivíduos interessados em adotar estão buscando suprir suas necessidades pessoais, e objetificam essa situação, buscam por crianças de pele branca e idade inferior aos 5 anos, o que corresponde a minoria sujeita ao processo adotivo no Brasil. Desse modo, esse tabu racial associado à ação de adoção faz com que muitas crianças e adolescentes nunca possam ter um lar.

Portanto, medidas são necessárias para coibir o entrave, cabe ao Ministério da justiça e da Segurança Pública acelerar ao máximo o processo de adoção, para que a demora na fila de espera não seja um impasse na hora de adotar. Juntamente, as mídias sociais devem ser responsáveis por conscientizar a população sobre a importância da adoção de adolescentes e crianças mais velhas e negras, com a finalidade de que todas as crianças possam ter a oportunidade da convivência familiar, como prometido na Constituição Brasileira. Deste modo, o Brasil superaria os entraves relacionados à adoção.