Desafios Atuais das Grandes Cidades Brasileiras

O êxodo rural da década de setenta é um fato histórico social caracterizado pela migração em massa de pessoas do campo para as cidades que, por sua vez, estimulou a concentração insustentável ainda vigente das metrópoles, devido ao entrave na mobilidade urbana brasileira. A permanência do problema é explicada pela falta de apoio logístico e, além do mais, pela carência de reorganização estrutural de responsabilidade governamental. Portanto, cabe uma análise acerca da lacuna.

A priori, cabe destacar a maneira pela qual a falha logística tem alimentado o problema. De acordo com a história, povos antigos, como mesopotâmicos e egípcios, já se valiam de pontes para que a locomoção social e econômica pudesse vigorar. Todavia, o povo brasileiro ainda carece de tecnologias como esta, o que é evidenciado em casos como o do extremo-oeste catarinense, no qual, para que pessoas e empresas possam se deslocar de um estado a outro – Santa Catarina e Rio Grande do Sul -, precisam optar, ou por um longo trajeto até a ponte mais próxima, ou por esperar horas até que uma balsa os leve de uma margem à outra. Esses casos provocam, consequentemente, um desestímulo à mobilização brasileira, pois torna inviável ocupar regiões diversas que carecem de estrutura,  o que deve ser tratado.

Em apoio ao supracitado, a falta de planejamento organizacional dos grandes centros estimula o sufocamento de quem o habita e, inobstante, a segregação social. Isso ocorre porque as metrópoles se valem de poucos centros comerciais abundantes, os quais, por conseguinte, atraem constantemente mais pessoas e giro monetário que, por sua vez, de acordo com o princípio econômico da oferta e procura, de Adam Smith, eleva os preços exorbitantemente. Assim, as habitações se tornam acessíveis apenas à elite social, enquanto a classe abaixo têm de se afastar para sobreviver, o que causa os enormes e constantes engarrafamentos nos horários de troca de turno.

Assim, faz-se necessário medidas de contenção aos desafios discutidos. Primeiramente, é mister que o Ministério da Economia separe recursos monetários para o apoio à estrutura rodoviária nas cidades menos densas, junto de análises e planejamento do Ministério da Infraestrutura, o qual também será responsável pela execução dos projetos junto com os municípios locais. Não menos importante, o esse órgão deverá elaborar, discutir e analisar pautas de reorganização urbana das metrópoles, de maneira que os comércios e indústrias passem a migrar dos aglomerados para outras localidades oportunas. Isso pode ser feito por meio de benefícios, como financiamentos, por exemplo. Ao adotar essas medidas, poder-se-á atenuar os desafios das cidades brasileiras.