DESAFIOS ATUAIS DAS GRANDES CIDADES BRASILEIRAS

No final do ano de 2021 e início de 2022, os diversos veículos de imprensa e jornais noticiavam as grandes enchentes ocorridas no sul da Bahia, que atingiram cerca de 140 municípios e deixaram mais de 80 mil pessoas desabrigadas. No entanto, este não é um caso isolado já que as cheias e alagamentos são um problema constante em todo o Brasil, principalmente nas grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, durante a temporada de chuvas. Problemas relacionados não só à drenagem de água, como também mobilidade, planejamento urbano e poluição são apenas alguns dos diversos desafios, falhas e complicações persistentes nas várias metrópoles do país que, uma vez solucionados, melhorariam consideravelmente a qualidade de vida de seus habitantes.

A falta de um planejamento urbano adequado, processo de desenvolvimento e aplicação de projetos que ordenem o crescimento das cidades, contribui no surgimento e agravamento de inúmeras adversidades nesse meio. A má elaboração do espaço em áreas impermeáveis ou de infiltração limitada, ocasiona não só enchentes, como também o escoamento superficial urbano, fenômeno no qual a água precipitada flui das regiões mais altas para as mais baixas, podendo resultar em desabamentos e deslizamentos de terra, muito comuns nos morros, onde a população de renda mais baixa estabelece suas moradias. Tal situação já ocasionou a destruição de diversas casas, deixando famílias desalojadas, além de acarretar até mesmo a morte de algumas pessoas em Ouro Preto, Manaus, entre outros municípios.

Outro problema persistente nas grandes cidades é a péssima mobilidade urbana. A grande quantidade veículos particulares circulando pelas ruas acaba por aumentar o fluxo de automóveis no trânsito, dificultando assim a locomoção pela cidade e aumentando o potencial para acidentes. Além disso, quanto maior a quantidade de carros em tráfego, maior será a quantidade de gases poluentes emitidos por estes, à exemplo do CO2, gás carbônico, que, se presente em excesso na atmosfera do planeta, pode ocasionar diversas doenças respiratórias na população, podendo até mesmo levar à asfixia.

Desta forma, diante dos desafios atuais das grandes cidades brasileiras, cabe à Secretaria Nacional de Mobilidade e Serviços Urbanos garantir facilidade de deslocação no meio citadino, através de melhorias nos transportes públicos e coletivos, a fim de conquistar uma maior inclinação da população para o uso destes e diminuir assim a quantidade de automóveis em circulação. Adicionado a isso, o investimento em formas de locomoção limpa, com maior quantidade de ciclofaixas e ciclovias, além do fornecimento de bicicletas de aluguel espalhadas pela cidade, reduziria consideravelmente a emissão de poluentes na atmosfera. É necessário também que o Ministério da Infraestrutura desenvolva projetos que evitem os alagamento e deslizamentos de terra, através de obras de drenagem mais específicas em áreas impermeáveis.