Democratização do acesso às artes plásticas no Brasil

A Constituição Federal de 1988 garante a todos os indivíduos o direito à cultura, igualdade e bem-estar social. Entretanto, a falta de democratização do acesso às artes plásticas impede que tais garantias sejam verificadas, de fato, na prática, tornando-se um desafio a ser enfrentado organizadamente no Brasil. Sob esse viés, convém analisar tal quadro, intrinsecamente ligado a aspectos como a desigualdade e marginalização social.

A princípio, houve a criação da Academia Imperial de Belas Artes, no século XIX, em prol do ensinamento artístico, se restringindo as famílias ricas. Hodiernamente, ainda se percebe que boa parte da população carente não goza dessa regalia, tendo em vista, por exemplo, a ausência de condições financeiras para o custeio de entradas em âmbitos culturais. Nessa ótica, é inadmissível que em um país dito democrático, uma prerrogativa essencial ao ser humano – a isonomia – esteja constatada só na teoria.

Outrossim, desde o advento da Terceira Revolução Industrial, a tecnologia tornou-se fundamental para disseminação da arte. No entanto, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mais de 90% dos municípios não possuem salas de cinema, teatro ou museus impedindo as pessoas de ter uma formação social mais crítica. Desse modo, é inaceitável que em lugares marginalizados não haja incentivo governamental, culminando em uma negligência constitucional.  

Infere-se, portanto, que medidas sejam tomadas para amenizar esse impasse. Destarte, o Governo e o Ministério da Cultura devem, por meio do direcionamento das verbas pagas pelos cidadãos, construir áreas culturais, como cinemas, em ambientes carentes e também reduzir os preços das entradas desses setores, com a criação de um auxílio-financeiro aos mais necessitados, com o fito de promover a democratização e o gozo igualitário dos direitos prerrogados. Espera-se, com isso, que o Brasil se torne uma sociedade mais justa.