“Democratização do acesso ao cinema no Brasil”

De acordo com a filósofa francesa, Simone de Beauvouir, “o mais escandaloso dos escândalos é que nos habituamos a eles lhes”. Dessa forma, nota-se que a afirmação da pensadora se concretiza no Brasil, haja visto que os desafios do acesso ao cinema no país é um entrave social banalizado pela sociedade atual. Sendo assim, convém ressaltar que essa realidade se dá não só pelo corpo social excludente, mas também pela falta de investimento no setor do entretenimento.

  Sob esse viés, é válido frisar que a inércia estatal agrava esta situação. Conforme o Contrato Social, de Thomas Hobbes, é dever do Estado garantir os serviços para o bem-estar da população. No entanto, é evidente a segregação dos cinemas no território brasileiro, tendo visto que grande parte das instituições cinematográficas se concentram em áreas elitizadas. Com isso, expressa-se a descarada exclusão de comunidades habitantes de regiões carecidas de riquezas.

  Ademais, nos últimos anos houve um declínio nos investimentos em instalações aptas para acomodar um grande público. Assim, resultando na construção de infraestruturas insuficientes, se comparadas com o número de residentes. O que antes era um ambiente para cada 30.000 moradores, acerca de 80% em cidades do interior, se transformou em escasso, centralizado em sua maioria, como dito anteriormente, em metrópoles. À vista disso, o Brasil acabou por se tornar a 60º pátria na relação habitantes por sala.

  Em suma, é necessária a ação da Ancine juntamente do Governo Federal, na criação de propagandas, essas que visem a inserção da apreciação do cinema brasileiro no meio cultural. Além disso, é cabível o investimento na formação de novas salas cinematográficas, com o intuito de garantir que seja entregue o direito de se entreter a todo um povo e descentralizar a referida. Somente desse modo, é que o escândalo da problemática citada, poderá então receber um desfecho.