Democratização do acesso ao cinema no Brasil

 O filme nacional “Na Quebrada”, exemplifica um grupo de amigos, cujas histórias estão marcadas pela violência e hostilidade das periferias brasileiras, mas encontram no cinema, uma nova perspectiva de vida. Porém, tal obra apresenta somente a realidade de uma minoria da população, evidenciando a exclusão do acesso ao cinema no Brasil.

 Primordialmente, é perceptível o distanciamento entre as periferias e o consumo de arte. De acordo com o filósofo John Locke, as pessoas são como folhas em branco, que vão adquirindo conhecimento através das experiências de vida e, acerca disso, é ilógico pensar que, em um país que se consagra desenvolvido, a democratização do cinema seja colocada em segundo plano. Logo, enquanto o acesso deficitário se mantiver corrente, a problemática no que tange a exclusão da sétima arte, continuará a afligir o Brasil.

Ademais, cabe avaliar a falta de estímulos na educação brasileira. Nessa perspectiva, é possível abordar a insuficiência de conteúdos voltados para a cultura desde os primeiros anos escolares do indivíduo. Tal cenário reforça a ideia da teórica Vera Maria Candau, que afirma que o sistema educacional atual está parado nos moldes do século XIX, onde não há propostas significativas para despertar interesses dos alunos pelo cinema ou qualquer outra arte.

Devido aos fatores supracitados, é evidente que existe um entrave na democratização do acesso ao cinema no Brasil. Desse modo, cabe ao Departamento de Cultura tornar as obras mais alcançáveis à sociedade, através de parcerias público-privadas com produtores de filmes, garantindo efetivar o engrandecimento cultural dos indivíduos. O Ministério da Educação também deve implementar na grade curricular, projetos envolvendo a exibição de filmes e que ande lado a lado com a vista pedagógica da escola. Com tais medidas, espera-se que os alunos despertem interesse pela cultura nacional e obtenham um melhor desenvolvimento social.