Democratização do acesso ao cinema no Brasil

“A Constituição Federal do Brasil de 1988 prevê o direito social ao lazer como inerente a todo o cidadão brasileiro, ainda assim nota-se que não há o pleno exercício da Lei ao observar que o cinema não é acessível a uma gigantesca parcela de sua população, dificultando, desse modo a universalização desse direito social tão importante. Esse problema ocorre devido à concentração de salas de exibição e à elitização da cultura, essa que, segundo Aristóteles, é o que nos separa do restante dos animais. Diante disso, faz-se imperiosa a análise dos fatores que favorecem esse quadro.”
**pontos a se atentar:
A introdução é a parte do texto em que somente se apresenta o tema e como ele será conduzido (perceba que já há um início de argumentação no seu parágrafo). Além disso, faltou um pouco de coesão, entre as ideias apresentadas (uma dica que pode ajudar é começar com o repertorio sociocultural, aqui feito pela citação da lei, terminar o período e então começar a articular com o tema proposto e o motivo daquilo ser um problema na sociedade – acho que você embolou um pouco isso com as vírgulas).

“Em primeiro plano, a centralização das salas de cinema no Brasil, mostra-se como um dos desafios à resolução da problemática. De acordo com o geógrafo Milton Santos, na obra “Cidadanias Mutiladas”, a democracia, extremamente necessária para a fundamentação cultural do indivíduo, só é efetiva quando atinge a totalidade do corpo social, ou seja, na medida em que os direitos são universais e desfrutados por todos os cidadãos. Por essa perspectiva, a falta de salas de cinema nas periferias e cidades pequenas e médias do interior do país faz com que esse ambiente não seja acessível a todos. Assim, a democracia brasileira tem sido mutilada ao excluir as classes sociais menos favorecidas de exercerem seus direitos previstos na Magna Carta.
Outrossim, a elitização do cinema ainda é um empecilho à solução da questão. Segundo Papa Francisco, os direitos humanos são violados não só pelo terrorismo, pela repressão, pelos assassinatos, mas também pela existência de extrema pobreza e estruturas econômicas injustas, que originam as grandes desigualdades. Nesse sentido, os altos preços dos ingressos desses locais de exibição limitam o público a pessoas com condições financeiras mais favorecidas, fazendo com que a população vulnerável tenha seus direitos violados, tornando evidente que, infelizmente, o Estado não está cumprindo com sua função de garantir que todos sejam iguais perante a Lei. Logo, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.”
pontos a se atentar: Em alguns -poucos- momentos do texto, há quase uma repetição das ideias já propostas. Tenta dar uma enxugada em períodos muito longos, porque eles as vezes dificultam o entendimento do leitor, e aumenta mais a problematização do tema.

“Em suma, torna-se necessário tomar medidas para reverter essa situação. Portanto, cabe ao Ministério da Cultura, por meio de parcerias com as prefeituras instalar salas de cinema para a população menos favorecida com entrada gratuita ou baixo custo, a fim de garantir o lazer para esses indivíduos e evitar a alienação cultural, trazendo a essência humana defendida por Aristóteles pela obtenção da mesma. Nesse contexto, o país caminhará rumo à democratização do acesso ao cinema e garantirá o direito social ao lazer a todas as classes sociais.”
**pontos a se atentar: Na conclusão nenhuma ideia ou conceito novo pode ser apresentado, a não ser que você explique. Além disso, faltou um pouco de detalhamento do “como” isso vai acontecer e não esquece que o governo extinguiu o Ministério da Cultura!

Seu texto está consistente e apresenta bons repertórios. Só prestaria atenção em ortografia (vírgulas erradas, principalmente) e nas anotações feitas acima. De resto, parabéns pelo texto!! Minha nota seria 800 (C1- 120/ C2- 200/ C3-160/ C4- 160/ C5- 160)
Para se ajudar a perceber alguns erros, refiz a redação com base na sua, veja:

A Constituição Federal do Brasil de 1988 prevê o direito social ao lazer como inerente a todo cidadão brasileiro. Todavia, um fato observado historicamente no país é a dificuldade da universalização de tal benefício, tendo em vista a inacessibilidade dos cinemas para grande parcela da população. Dessa forma, faz-se imperiosa a análise dos fatores que impedem o pleno exercício da lei e, por conseguinte, a garantia da cultura cinematográfica na nação brasileira.
Em primeiro plano, a centralização das salas de cinema nos grandes centros urbanos mostra-se como um dos desafios à resolução da problemática. De acordo com o geógrafo Milton Santos, na obra “Cidadanias Mutiladas”, a democracia, extremamente necessária para a fundamentação cultural do indivíduo, só é efetiva quando atinge a totalidade do corpo social, ou seja, na medida em que os direitos são desfrutados por todos. Por tal perspectiva, a falta de salas de cinema nas periferias e cidades pequenas e médias do país faz com que essa arte não alcance o povo que mora em tais áreas. Assim, há um desrespeito à Magna Carta verde-amarela pela exclusão desses cidadãos de acessarem plenamente seus direitos.
Outrossim, cabe ressaltar a existência de uma elitização do cinema. Segundo o Papa Francisco, os direitos humanos são violados pela existência de extremas pobrezas e de estruturas econômicas injustas que originam sólidas desigualdades. Desse modo, os altos preços dos ingressos que locais de exibição cobram limitam o público a pessoas com condições financeiras mais favorecidas. Como consequência, mesmo que morem em grandes cidades, indivíduos mais vulneráveis socioeconomicamente são impedidos de participarem desse tipo de lazer, contribuindo com a ideia social de que “a arte é para ricos”. Isso torna evidente, portanto, que o Estado não está cumprindo com sua função de garantir a igualdade perante a Lei, o que contribui para a manutenção do cenário excludente no país.
Em suma, torna-se necessário tomar medidas para reverter essa situação. Portanto, cabe à Secretaria Especial da Cultura, por meio de parcerias com ONGs culturais, instituir um projeto cinematográfico de entrada gratuita em todas as cidades do país em que, uma vez por semana, sejam exibidos filmes nacionais e internacionais para a população de baixa renda. Com isso, todas as classes sociais brasileiras poderão aproveitar a arte e os aprendizados que ela traz, de forma includente e respeitando cada parágrafo da Constituição brasileira.