Democratização do acesso ao cinema no Brasil

(Quem puder dá nota, de acordo com o Enem, obrigado.)

Na obra “Utopia”, do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. No entanto, o que se observa na realidade contemporânea é o oposto do que o autor prega, uma vez que a Democratização do acesso ao cinema no Brasil apresenta barreiras, as quais dificultam a concretização dos planos de More. Nesse sentido, diante de uma realidade instável e temerária que mescla conflitos nas esferas sociais e culturais, torna-se fundamental analisar seriamente as raízes e os frutos dessa problemática é medida que se faz imediata.

Precipuamente, é fulcral pontuar que o problema da Democratização do acesso ao cinema no país deriva da baixa atuação dos setores governamentais, no que concerne à criação de mecanismos que coíbam tais recorrências. Segundo o pensador Thomas Hobbes, o estado é responsável por garantir o bem-estar da população, entretanto, isso não ocorre no Brasil. Devido à falta de atuação das autoridades no Brasil, o Ministério da Cultura instituído para ser um órgão que promova a aproximação dos brasileiros a bens culturais, tal ministério ignora ações que poderiam, fomentar, o contato de classes pouco privilegiadas ao mundo dos filmes, como a distribuição de ingressos em instituições públicas. Desse modo, faz-se mister a reformulação dessa postura estatal de forma urgente.

Ademais, é imperativo ressaltar os altos preços dos ingressos. Somando às entradas os valores do transporte e alimentação, é fácil entender o motivo das pessoas, preferirem esperar o filme lançado chegar na televisão ou em serviços de streaming. De acordo com dados da Agência Nacional de Cinema, ANCINE, consta-se que o Brasil não está sequer entre os 50 primeiros países no ranking que analisa a relação entre número de habitantes e quantidade de salas. Partindo desse pressuposto, a baixa oferta de cinemas é explicada por fatores como a urbanização acelerada, a falta de investimentos em infraestrutura urbana, a baixa capitalização das empresas exibidoras, alteraram a geografia do cinema. Tudo isso retarda a resolução do empecilho, já que os valores altos dos ingressos contribuí para a perpetuação desse quadro deletério.

Assim, medidas exequíveis são necessárias para conter o avanço da problemática na sociedade brasileira. Dessarte, com o intuito de mitigar o acesso democrático ao cinema no país, necessita-se, urgentemente, que o Tribunal de Contas da União direcione capital que, por intermédio do Ministério da Cultura, será revertido em uma criação de um plano de Cinema Nacional Popular, por meio de debates e reuniões entre governadores, prefeitos, Agência Nacional de Cinema, fazer o cadastramento com os documentos necessários e depois distribuir os cartões “Cinema Popular”, em instituições e escolas do estado e município, a fim de fazer com que o maior número de  brasileiros tenha acesso ao cinema. Tal plano deverá focar, principalmente, em pessoas de baixa renda e estudantes de escolas públicas. Desse modo, atenuar-se á, em médio e longo prazo, o impacto nocivo do acesso democrático ao cinema, e a coletividade alcançará a Utopia de More.