Democratização do acesso ao cinema no Brasil

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No livro “Utopia” do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade na qual o corpo social padroniza-se pela efetivação da igualdade de da justiça. No entanto, quando se observa a centralização do acesso ao cinema no Brasil para classes economicamente favorecidas, percebe-se que a sociedade brasileira é o oposto do que o autor prega. Nesse contexto, tal problemática é resultado tanto das desigualdades sociais que permeiam no país, quanto da ausência de políticas governamentais que democratize o acesso ao cinema.

primeiramente, deve-se destacar a desigualdade social como empecilho na democratização do acesso aos cinemas. Paralela a teoria de “superestrutura” proposta pelo filósofo Karl Marx , a sociedade é estruturada sob um viés capitalista que busca transformar os bens materiais e utilitários em mercadorias. Nesse sentido, a ampla comercialização de filmes em cinemas restringe o seu acesso das camadas com menor concentração de capital. Assim, uma parcela de brasileiros são, infelizmente, afetados, uma vez que segundo o IBGE, a desigualdade social no Brasil , principalmente nas regiões norte e nordeste, reflete-se diretamente na baixa possibilidade de frequentar salas cinematográficas. Desse modo, enquanto a “superestrutura” marxista não ser rompida , a desigualdade social continuará a ser um obstáculo na descentralização da atividade mencionada.
Além disso, a ausência de políticas públicas ostensivas atuando na sociedade implica na democratização do acesso ao cinema. Consoante a constituição federal que garante o acesso ao lazer e à cultura para todos os cidadãos, o Estado brasileiro se aproxima do conceito de “anomia”, ressignificado pelo sociólogo Dahrendorf, no livro “A lei e a Ordem”, como ineficácia governamental na efetivação de garantias previstas na lei. Nesse ínterim, a falta de programas que atendam integralmente as mais diversas camadas populares segrega parte da população, seja pela falta de cinemas públicos amplamente difundidos, seja pelos preços inacessíveis das sessões de filmes. Dessa maneira, urge que gestões governamentais sejam criadas e a condição de “anomia” seja findada.
Impende, portanto, que a democratização do acesso ao cinema no Brasil seja promovida. Cabe ao Governo Federal, na forma de ministério da cultura, criar um programa chamado de “Democratizando a cultura”, e, através de subsídios Estatais, ampliar as salas de cinemas para cidades cujo acesso ao cinema seja inferior à média nacional e sessões gratuitas de filmes sejam disponibilizadas para a população de baixa renda, a fim de romper com a “superestrutura” prevista por Marx e todos os cidadãos possam ter acesso aos cinemas. Somente assim o Brasil torna-se-á ser um país justo e igualitário como elaborado por More em Utopia.

 

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6 Correções

  1. Sua redação ficou ótima! Você mostrou ter um bom dominio da língua portuguesa, Compreendeu bem do que se tratava o tema é não fugiu da proposta. Achei legal que você utilizou o livro Utopia, para dar maior credibilidade a sua tese. Na competência 4, fez um bom uso dos conectores, respeitando os direitos humanos.

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  2. Parabéns pela redação, ficou muito bem elaborada e estruturada.
    A forma na qual se utilizou as teses e a alusão ficaram ótimas. No inicio do texto onde se utiliza como referência o livro “utopia” ,complementou ainda mais o contexto da redação, onde de fato são notória os artigos presentes, a coerência e a produtividade.
    Apresentou as 5 competências de uma redação que segue o modelo nota mil.
    Contém o ponto de vista, argumentação bem elaborada e estruturada.
    Uma só observação: No 2° paragrafo, a palavra inicial sempre começa em Letra Maiúscula.
    ( “Primeiramente”)
    Mas tirando esse detalhe, sua redação está perfeita!

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  3. COMPETÊNCIA 1 – 180
    COMPETÊNCIA 2 – 200
    COMPETÊNCIA 3 – 200
    COMPETÊNCIA 4 – 160 – você tem um bom domínio no uso de conectivos, mas percebi muito a repetição de “a democratização do acesso ao cinema”.
    COMPETÊNCIA 5 – 200
    Na minha opinião, eu te daria 940.
    Você escreve muito bem!! Se mantiver esse ritmo, você pode ficar muito próximo do mil no ENEM.

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  4. Atenção na hora de revisar a redação , na segunda linha em “de da´´ justiça , substituindo por e da justiça. Tirando esse ponto , 1 parágrafo com citações e concordância excelente. Problema com a ausência de espaçamento de parágrafos(dica- utilizar sempre a distancia de uma tampa de caneta pra iniciar o parágrafo). Redação rica em citações e dados , prestar atenção somente nos quesitos citados nessa correção.

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  5. Em sua introdução fez o uso de uma descrição de referencia sociocultural, apresentou o tema proposto e desenvolveu ao final 2 teses, uma a “desigualdade” e a outra ” ausência de politicas governamentais.
    Em seu desenvolvimento usou conectivos, desenvolveu a 1° tese, usando dados socioculturais da mesma forma que na 2° tese.
    Conclusão, usou o agente, ação, finalidade, e modo.
    Gostei da redação pois demonstrou conhecimento com o uso de uma grámatica culta e formal.
    NOTA: 800-900

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  6. Competência 1: a redação apresenta-se com excelente domínio da norma padrão.
    Competência 2: O ponto de vista relaciona-se à temática proposta. A estrutura textual está bem elaborada. A conclusão retoma uma problemática suscitada na introdução, o que contribui para a coesão textual.
    Competência 3: o participante soube organizar suas ideias e apresentou bom senso crítico com os repertórios socioculturais apresentados
    Competência 4: As partes do texto estão bem articuladas. O candidato faz o uso de diversos conectores
    Competência 5: Identifica-se a proposta de intervenção. A proposta é viável e explícita.

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