Os povos indígenas no Brasil – por séculos vistos como selvagens e menos evoluídos por um pensamento eurocêntrico – enfrentam desde a colonização portuguesa (1500) a ameaça cultural e territorial. Tal questão, no que tange à demarcação de terras, é evidenciada na lentidão dos processos de delimitação legal associada à postura de membros da bancada rural, como agronegociantes, de não valorização indígena que impedem uma vivência digna desse povos e o usufruto de seu direito à terra.
Convém ressaltar, a princípio, que a terra, para os indígenas, tem síbolo sociocultural e não meramente espacial, já que é a propriedade em que suas tradições e sua história são vivenciadas. Assim, o atraso judicial em delimitá-las e agir pela proteção desses povos denuncia a passividade estatal em garantí-los a propriedade que, segundo o contratualista Locke, é dever do Estado. Além disso, essa demora legal é tonificada por indivíduos que, detentores de poder, influenciam o cenário por enxergar a demarcação de terras uma barreira à expansão agrícola – tal pensamento não reconhece o direito indígena de possuir seu espaço e os desvaloriza socialmente.
Desse modo, a cultura dos aborígenes, rica e diversa, porém grandemente solapada por crenças etnocêntricas (aquelas que hierarquizam etnias) é diretamente impactada. Isto é, sem um território legalmente definido esses povos são expostos à ameaças de invasão, à violência de indivíduos contrários à demarcação e à insegurança social e territorial. Nesse sentido, além de serem vistos por muitos como um óbice ao desenvolvimento econômico brasileiro e atrasados culturalmente, não se sentem amparados pelo Governo no direito básico constitucional: a terra.
Em suma, é de extrema importância promover meios de assegurar a delimitação de terras indígenas no Brasil hodierno. Para isso, a fim de mitigar a lentidão dos pedidos relacionados à problemática e prover aos indígenas amparo governamental sem obstáculos, o Poder Judiciário deveria iniciar um projeto que, dentro do prazo de 9 meses à 1 ano, busque desatrasar todos os requerimentos por demarcação de terras concomitantante à uma maior atuação da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) que deveria receber verbas estatais para contratação de mais funcionários que possibilite aumentar seu trabalho na questão indigenista. Além disso, a FUNAI também deveria, por meio da mídia, promover uma campanha “Indígenas: ricos de cultura” que com curta-metragens mostre a relação da terra e dos aborígenes ao ressaltar a identidade desses povos com o intuito de mobilizar o apoio da sociedade na luta pela terra. Em síntese, ameaças territoriais e culturais aos indígenas seriam problemáticas superadas no Brasil hodierno com grande êxito.
Roberta22
Na introdução, você fez somente uma tese, sendo que normalmente é necessário duas, uma para o desenvolvimento 1 e outra para o desenvolvimento 2, seus desenvolvimentos deveriam ter uma argumentação melhor, deixando claro para o corretor que você tem um argumento válido e sabedoria sobre o assunto abordado na redação, sua conclusão está boa, porém repetições de algumas palavras.
EXEMPLO:
Introdução – tópico frasal, causa e consequência (como as teses)
Desenvolvimento 1: retomada da causa, argumentação com exemplos, citações, comparações, dados… e sua crítica em (3° pessoa)
Desenvolvimento 2: retomada da consequência, argumentação com exemplos, citações, comparações, dados…e sua crítica em (3° pessoa)
Conclusão: Resolução do problema apresentado, tendo:
MODO
AGENTE
MEIO
DETALHAMENTO
FINALIDADE
No geral sua redação está boa, continue praticando!!!
arthur.oliv
INTRODUÇÃO: 1. Notei que você elaborou apenas uma tese. Sugiro que exponha pelo menos duas, para que possa discorrer sobre elas nos dois desenvolvimentos. 2. Ocorreu um pequeno erro de regência em “desse povos”
DESENVOLVIMENTO 1: Faltou argumentar com mais propriedade, expor um fato singular que claramente comprove a sua tese. Você generalizou bastante, não tocou em nenhum ponto específico a respeito de dados estatísticos ou exemplos reais e concretos.
DESENVOLVIMENTO 2: Sugiro que comece o segundo desenvolvimento com conectivos que representam a ideia de adição de um novo pensamento (Ademais, Além disso, Outrossim etc) pois aqui é o momento de trabalhar a sua segunda tese, a segunda causa do problema proposto pela banca. O parágrafo foi bem desenvolvido, você enfim definiu quais são esses “impactos” do tema proposto. Porém, mais uma vez não teve argumentação capaz de sustentar as suas ideias.
CONCLUSÃO: Notei alguns erros que devem ser rechaçados. 1. Contenha a repetição excessiva de palavras (usando sinônimos). 2. Evite usar o pretérito imperfeito para definir quais ações o agente interventor (nesse caso o Poder Judiciário) deve ter. Exemplo: “Poder Judiciário deveria” (l.19), “que deveria” (l.21), “Além disso, a FUNAI também deveria”. 3. Você usou excessivamente a palavra “que”, procure rechaçar isso.