(OBS: Esse modelo de redação não exige proposta de intervenção)
Título: Caminhos para o progresso
O filósofo alemão Friedrich Hegel define a humanidade como “filha de seu tempo”, sendo este sustentado por conflitos que o induzem ao progresso. Sob essa perspectiva, é possível salientar o papel da análise crítica de contextos passados para a garantia da plena compreensão de fatos hodiernos, uma vez que o aproveitamento efetivo dos conflitos que compõem a sociedade atual viabiliza sua evolução. Diante disso, nota-se a importância de entender estigmas socialmente construídos ao longo da história para, assim, usá-los como um mecanismo de redirecionamento comportamental que vise não repetir os erros cometidos anteriormente.
Em primeiro lugar, verifica-se que os ideais presentes na sociedade contemporânea construíram-se baseados na herança de diversos contextos históricos. Nesse sentido, o livro “O Conto da Aia”, publicado em 1985 por Margareth Atwood, retrata um corpo social hierarquizado conforme a ideia de superioridade masculina. Apesar de ficcional, a obra aproxima-se da realidade por meio do reconhecimento de que, durante a história da humanidade, os diferentes grupos sociais marcaram-se por divisões definidas por parâmetros biológicos, ainda que de maneira equivocada. Desse modo, ao analisar o presente momento, percebe-se a permanência de construções sociais desatualizadas, contribuindo, assim, para a manutenção de preconceitos.
Ademais, observa-se a compreensão do passado como ferramenta para modificar ações da esfera atual. Sob essa ótica, assimila-se o conceito de “maioridade” proposto pelo filósofo iluminista Immanuel Kant, em que o ser humano, para livrar-se das imposições de terceiros, deve desenvolver a autonomia de suas próprias concepções. Dessa maneira, é notável que, com o estudo crítico dos acontecimentos passados, o indivíduo torna-se capaz de reconhecer determinados padrões sociais e, com isso, é possibilitado de alcançar a sua maioridade de pensamentos e ações, baseado em ideias autônomas. Assim, vê-se a contribuição do passado para a correção de práticas hodiernas.
Dado o exposto, evidencia-se a relação do passado com as construções sociais presentes nos dias de hoje, além de seu papel como mediador das reflexões humanas. Dessa forma, espera-se que a sociedade atual, por meio da análise crítica de fatos passados, possa contribuir para a melhoria do presente e, consequentemente, colabore com a construção do futuro. Destarte, conforme a teoria de Hegel, o aproveitamento dos conflitos passados auxiliará a chegada do progresso.
anacarolribeiro
Opa
Eu gostei bastante da sua redação e principalmente da forma com que foi estruturada. Seus repertórios, a tese, os argumentos e os conectivos estão bem coerentes com o texto e facilitam bastante na hora da leitura. Gostei da maneira como você conseguiu elaborar bastante sobre o assunto e, mesmo assim, continuar dentro do tema. Sua conclusão também foi boa, ressaltando e reforçando sua opinião ao longo do texto.
Creio que a única coisa que talvez descontaria uns pontos (não conheço bem os critérios de correção da FUVEST), mas poucos, seria a falta de dados no segundo parágrafo quando você afirma que “os diferentes grupos sociais marcaram-se por divisões definidas por parâmetros biológicos, ainda que de maneira equivocada”. Dependendo, os corretores poderiam se questionar a origem desse dado biológico, onde diz e porquê eles são considerados equivocados. Mas isso é o de menos, a redação está ótima!