Iniciante

Cultura popular e cultura erudita

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O estabelecimento de valores socioculturais é processo comum na formação de sociedades, uma vez que elementos como língua, vestimentas e padrões comportamentais, por exemplo, são fatores que funcionam como unificadores no âmbito da construção do conceito de comunidade. A cultura, contudo, foi subdividida, no decorrer do tempo, entre “erudita” e “popular”, sendo a primeira muito mais valorizada e respeitada em detrimento da segunda, revelando que indicadores sociais, como classe e poder aquisitivo desempenham um papel determinante quanto ao acesso que os cidadãos possuem à arte e cultura, evidenciando uma problemática de caráter estrutural.

 

Em primeiro plano, vale citar os prestigiados artistas “Ludwig Van Bethooven” e “Vincent Van Gogh” que, por meio de suas contribuições artísticas e culturais, tornaram-se figuras consagradas no meio acadêmico, evidenciando uma valorização das artes tidas como eruditas. Em contraste com tal realidade, pode-se citar a produtora de diversos “Hits” musicais, Ludmilla, responsável por popularizar parte da cultura marginalizada e periférica no contexto do Brasil contemporâneo. Tal produtora, contudo, é recorrentemente desvalorizada e tem seu nome atrelado discursos falaciosos e difamatórios devido ao conteúdo de suas produções, revelando que há, efetivamente, uma atribuição de valores morais quanto à produção artística.

 

Ademais, é importante ressaltar a relevância que a cultura popular como a poesia marginal possuiu no âmbito da democratização da arte e dos demais direitos humanos previstos pela Constituição Federal de 1988, uma vez que, por meio destas produções artísticas, pode-se denunciar e alertar as autoridades legais quanto às necessidades de uma parte da população que, muitas vezes, permaneceu sendo silenciada. Apesar de tal importância, há uma tendência à desvalorização da cultura popular por sua presença e manifestação da realidade e anseios de grande parte de cidadãos socialmente marginalizados, havendo a criação de estereótipos e preconceitos quanto a tais produções.

 

Dessa forma, cabe ao Ministério da Educação e Cultura e à Secretaria da Educação, a responsabilidade de promover palestras e debates em escolas e universidades públicas, ministradas por professores de ciências humanas e pedagogos, objetivando esclarecer estas problemáticas aos ouvintes para que, dessa forma, haja uma redução do preconceito quanto à cultura popular. Cabe, ainda, às prefeituras municipais juntamente ao Ministério da Educação e Cultura, o dever de promover projetos de extensão aos cidadãos por meio do oferecimento de peças de teatro e exibições cinematográficas de forma gratuita ou por um preço minimamente acessível, contribuindo para o processo de democratização do acesso à cultura.

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1 Correção

  1. Olá!
    Eu gostei da sua redação!
    No segundo parágrafo, você poderia ter dado algum exemplo da “desvalorização”/ difamação que à mesma é vítima, porque (para mim, pelo menos) quando eu li, eu automaticamente me perguntei: “Que tipo de ‘Desvalorização’ e/ou difamação a ‘Ludmilla’ é atribuída?”.
    Além do mais, no seu último parágrafo você citou que palestras e debates devem ser ministrados por “Professores de ciências humanas”. Acontece que, fica a impressão que apenas eles (professores de ciências humanas) podem debater, mas que os professores de outras ciências (como Biológicas e Exatas) não… podem fazer o debate. Aqui, surge uma má impressão… Surge, até, a questão do “Por que os profs. de Humanas? Por que não os de Exatas e Biológicas… eles não são capazes?”…
    Bom, são duas observações que eu faço… Eu gostei bastante do seu texto! Parabéns!…

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