Cultura do estupro

Na série “Thirteen Reasons Why”, um dos motivos que levou a personagem Hanna Becker a cometer suicídio foi o abuso sexual que sofreu, e a forma como foi banalizado. Analogamente, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública são registrados 500 mil casos de estupro por ano. Portanto, a problemática persiste devido a romantização das ideias machistas sobre o corpo da mulher, bem como, as negligências de diversas intuições ao lidarem com as vítimas.

Primordialmente, a romantização de situações machista sobre o corpo da mulher, vem sendo combustível para a cultura do estupro. Ou seja, a forma como a sociedade objetifica o corpo da mulher, fortalece a ideia de um sistema patriarcal, em que a mulher serve, principalmente, para satisfazer sexualmente o homem. Conforme esse princípio, a música “Strawbbery Shortcake”, cita: “É erro meu, é erro meu, ninguém os ensinou a não nos agarrar”. Sendo assim, a letra de Melaine Martinez, retrata a realidade em que é romantizado o comportamento machista e agressivo dos homens, gerando por consequência, uma segurança para que os opressores continuem a repetir seus erros.

Em segundo plano, a falta de apoio das instituições, e as atitudes negligênciadas, afetam de uma forma negativa as vítimas. Exemplo disso, é novamente a personagem Hanna Becker, que ao pedir ajuda ao diretor da escola, teve seu depoimento questionado e banalizado, se sentindo envergonhada e descredibilizada. Como também, o Ministério da Justiça afirma que 52% das vítimas se calam com a possibilidade de denunciar seus abusadores, por medo de não serem compreendidas. Como resultado, fica notório a dificuldade que as mulheres têm de provar o crime, e a facilidade de um agressor sair impune.

Em suma, é de extrema urgência desconstruir a cultura do estupro. Em virtude disso, é função do Ministério da Educação elaborar um plano de estudo que inclua aulas de feminismo nas grades escolares, para reeducar a sociedade e diminuir situações machistas. Ademais, o ministério da justiça deve fornecer treinamentos para instituições como escolas e delegacias, para que as mesmas tenham a melhor conduta ao lidarem com casos de violências sexuais.