Cultura do cancelamento: uma realidade dualista

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O acesso à internet propicia o surgimento de uma gama de relações interpessoais, de fronteiras irrestritas e ilimitadas, e a aproximação de outras, além de facilitar a democratização de informações sobre conhecimentos e acontecimentos de diversos nichos, de forma imediata. Dessa forma, na última década, quando o acesso ao ambiente virtual teve crescimento exponencial, forma observadas algumas consequências, dentre elas, uma perigosa e/ou delicada: o cancelamento.

Surgida em 2017, nos EUA, a campanha do cancelamento representou, inicialmente, um avanço na conscientização, na união e na sede de justiça de milhares de pessoas frente a alguns casos de assédio sexual de atrizes e, em maior escala, de mulheres. Seguindo esta lógica, tal prática apresenta pontos positivos: a exposição de crimes, como sexismo, assédio, homofobia e racismo, que resulta na redução da frequência do ato, à medida em que causam certo receio nos internautas que eventualmente as praticariam, e a exposição dos que ousaram praticá-la, seguida da desmoralização e perda de credibilidade dessas pessoas na esfera social.

Em contrapartida, o que faz do cancelamento uma prática perigosa é estar inserido num contexto de inércia e adoração pelas Fake News. Sabe-se que a eleição presidencial foi embasada em diversas informações inverídicas a fim de, usando da ignorância de muitos, beneficiar uma minoria. Se a fiscalização foi falha num momento tão importante como esse, não se pode contar com ela em cenários menos relevantes. Além disso, as consequências psicológicas para quem sofre o cancelamento podem ser dramáticas: ao ser acusado de pedofilia, PC Siqueira (digital influencer) cogitou suicídio.

Segundo Gabriella Pires, consultora da WGSN Mindset (birô de tendências), a cultura do cancelamento “estimula a polarização”. Portanto, antes de aderir a essa prática e defender veementemente um dos lados, os internautas devem ter a sensatez e a delicadeza de ponderar as consequências, checar a veracidade das informações veiculadas e respeitar opiniões divergentes. É dever do Estado, junto aos idealizadores de redes sociais, fiscalizar tais informações, por meio de softwares idealizados para este fim, e punir, através de multas e bloqueios de contas, criadores e disseminadores de Fake News, para que os verdadeiros culpados sejam evidenciados e os inocentes, poupados.

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1 Correção

  1. COMPETÊNCIA 1: 200 (Apresentou domínio da norma culta da língua portuguesa, valendo lembrar que o termo “fake news” não precisa de iniciais maiúsculas)
    COMPETÊNCIA 2: 200 (Compreensão da proposta de redação, respeitando o texto dissertativo-argumentativo, além de aplicar conceitos de várias áreas do conhecimento)
    COMPETÊNCIA 3: 180 (Faltou um pouco de organização na questão dos argumentos, argumentos bons inclusive, mas que poderiam ser citados de outras formas, como por exemplo: “O PC Siqueira (digital influencer ) cogitou suicídio, mostrando que a cultura do cancelamento pode causar consequências psicológicas dramáticas”
    COMPETÊNCIA 4: 200 ( Demonstrou conhecimento para construção dos argumentos)
    COMPETÊNCIA 5: 180 ( Uma boa conclusão, mas que precisa um pouco mais de organização e detalhamento da mesma, uma conclusão detalhada mostra que você tem domínio do assunto e sabe resolve-lo)
    TOTAL: 960
    OBS1: chegará fácil ao 1000, falta pequenas coisas para que isso aconteça, parabéns!
    OBS2: Lembre-se sempre de ter autoria na sua redação, o corretor costuma compreender que você domina mais o assunto, quando você demonstra isso e esquece o senso comum.

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