CRise hidrica: a maior vilã do século XXI

Na obra Vidas Secas, do modernista Graciliano Ramos, é apresentada a vida fatídica de uma família que convive com a escassez de água no nordeste brasileiro. Analogamente, o colapso hídrico tornou-se atemporal em virtude da grande demanda por esse recurso, e perpetua-se devido ao consumo exagerado e a ignorância capitalista.

Em primeira análise, é importante ressaltar que o uso indevido e desmedido da água é um dos principais fatores para a ocorrência da crise hídrica. Destarte, é evidenciado na obra “Política”, do teórico Aristóteles, que quanto mais comum é uma coisa, menos cuidado ela recebe. Semelhantemente, é inegável que a população utiliza a água de forma irracional e irresponsável influenciando na carência futura da porção líquida da terra. Esse fato pode ser comprovado devido à queda drástica de seu volume no ano de 2014, de um dos principais pontos hídricos do país, o Sistema Cantareira, em São Paulo. Dessa maneira, as ações humanas são prejudiciais e acarretam consequências graves, contribuindo na redução do solvente universal.

Em segundo plano, é inegável que o capitalismo possui uma grande parcela de culpa na crise de H2O. Assim, por ser o segundo maior exportador agrícola do mundo, os produtores brasileiros tem cada vez mais expandido suas fronteiras para produção, onde milhares de litros de matéria líquida são utilizados no processo, tornado a escassez, uma realidade cada vez mais próxima. Ademais, a pegada hídrica, ou seja, a utilização exacerbada do bem natural no processo de fabricação de itens, auxiliam no agravamento da situação. Desse modo, é notável que a necessidade de produção e consumo de matérias para a sociedade também são fatores para o agravamento da problemática.

Sob esse viés, é inegável que a falta de racionamento e a necessidade de produção para o mercado consumidor são as causas principais do problema. Dessa forma,cabe ao Ministério do Meio Ambiente, fiscalizar a utilização inadequada, delimitando o consumo diário para cada moradia, fazendo com o que o desperdício seja o mínimo possivel. Além disso, a utilização dos canais midiático para informar a população sobre formas de reutilização de água, mediante comerciais e propagandas em horário nobre seriam de grande importância para alertar sobre os riscos da falta d’água, para que assim, a sociedade não venha a passar o mesmo que os retirantes com a escassez em Vida Secas.