Criminalidade infantil: Um problema educacional no Brasil

          Em meados do século passado, o escritor austríaco Stefan Zweig mudou-se para o Brasil devido à perseguição nazista na Europa. Bem recebido e impressionado com o potencial da nova casa, Zweig escreveu um livro cujo título é até hoje repetido: “Brasil, país do futuro”. Entretanto, quando se observa que ainda existe entraves relacionadas a criminalidade infantil no Brasil, percebe-se que esse ideal de país descrito pelo autor não é visto na prática. Logo, é necessário analisar de que forma a negligência governamental e a desigualdade socioeconômica interferem para a existência dessa problemática.

          Nesse sentido, é nítido que a negligência por parte do governo é um dos agravantes principais para a persistência dessa situação. Ademais, segundo à Constituição Federal, documento de maior hierarquia jurídica do Brasil, é direito de todos os cidadãos gozarem de educação de qualidade, bem como tenham o direito a segurança garantido. Mas, na prática não é assim que acontece, uma vez que o governo não oferece educação digna, nem meios para que crianças e jovens possam frequentar centros educacionais regularmente. Assim, torna-se inevitável que esses menores sigam por caminhos tortuosos no decorrer de suas vidas.

         Por conseguinte, é sabido que o Brasil é um país historicamente desigual, haja vista que desde o período colonial, as riquezas do país estão concentradas nas mãos da elite brasileira. Desse modo, algumas crianças e adolescentes que não possuem recursos financeiros suficientes para suprirem suas necessidades básicas, acabam por ingressarem no mundo da criminalidade. Logo, encontram oportunidade onde existe uma maneira de ganharem dinheiro. Além disso, segundo o índice de Gini – medida que classifica o grau de desigualdade em um país – o Brasil está entre as dez nações mais desiguais do mundo, fato esse que só corrobora ainda mais para a falta de oportunidades encontradas por esses menores no país.

          Destarte, é mister que medidas sejam adotadas para que a questão da criminalidade infantil seja seduzida na sociedade brasileira. Para tanto, cabe ao Ministério da Economia disponibilizar recursos financeiros, por meio de um programa social, para as famílias desses menores, com o intuito de auxiliar na renda básica dessas crianças e adolescentes, a fim de fazer com que estes venham a permanecer frequentando centros educacionais, uma vez que a desigualdade seria reduzida. Bem como seja realizada, através do Ministério da Educação, campanhas com o intuito de sensibilizar esses menores a continuarem frequentando as salas de aula. Só assim, seria possível sonhar com um país futurístico, como o descrito pelo escritor Stefan Zweig em “Brasil, país do futuro”.