No livro Encarcerados, o governo demanda a construção de corpos robóticos para pessoas que entraram em estado vegetativo por conta de uma doença pandêmica verossímil à obra. Entretanto, com o tempo, passou-se a preferir esses indivíduos no cargos de trabalho, devido às suas vantagens tecnológicas, o que revoltou o resto da população. Fora da ficção, o conflito entre tecnologia e eliminação de empregos é uma realidade no Brasil, ocasionado não só por uma mentalidade capitalista, mas também por uma educação deficitária.
A meritocracia resultante do capitalismo reduz a dignidade e o valor do trabalhador. Nesse sentido, guiados pelo modo de produção vigente, os empresários veem o sujeito como um objeto de pouca rentabilidade, comparado à máquina. Desconsidera-se seus atributos humanos, e apenas suas capacidades técnicas são postas à mesa. Tal processo pode ser explicado pela condição de “reificação do trabalhador”, explicitada por Karl Marx, que compreende a coisificação do operário, ou seja, sua vida é resumida a fichas técnicas e a condições laborais que lhe retiram o direito fundamental da dignidade.
Ademais, existem falhas no ensino que limitam a camada economicamente ativa. Sobre isso, Paulo Freire destaca a “educação bancária” no país, fundamentada no tecnicismo e no reduzido pensamento crítico. Assim, ensinado a operar de maneira mecânica, o trabalhador se vê impossibilitado de se adaptar à substituição de seu ofício. Sem uma pedagogia libertadora, que permita pensar para além do possível às máquinas, o conjunto social se revolta diante da perspectiva de desemprego que é, cada vez mais, uma realidade brasileira.
Portanto, com o objetivo de promover aos cidadãos à oportunidade de mais empregos, o Ministério do Trabalho deve exigir a criação de uma lei, por meio do Congresso Nacional, que defina uma obrigatoriedade mínima de pessoas nas empresas ocupando posições que levem em consideração, por exemplo, suas capacidades na resolução de problemas e não necessariamente em operações automáticas. Além disso, o Ministério da Educação deve promover uma forma de ensino que permita o desenvolvimento de uma criticidade por parte dos discentes, de modo a gerar adultos flexíveis às possíveis mudanças no mercado.
opsletizia
Seguindo às cinco competências.
1. Domínio da escrita formal da língua portuguesa: 160
Houve alguns errinhos como:
*no cargos
*Desconsidera-se seus atributos humanos
2. Compreender o tema e não fugir do que é proposto: 160
Boa compreensão do tema, explorou as ideias de maneira bem clara.
3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista: 200.
Sua tese foi muito bem colocada.
4. Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação: 160
Houve bastantes mecanismos linguísticos, porém com algumas inadequações e expressões prolixas.
5. Apresentar uma proposta de intervenção para o problema abordado que respeite os direitos humanos: 200.
Boa proposta, o desenvolvimento da conclusão foi em ponto.
Num geral, sua redação está muito boa. Parabéns pelos seus esforços.
KazuroRock
C1: 180 -> Ótimo domínio gramatical, não notei desvios significantes, além dos já mencionados noutro comentário.
C2: 200-> Ótimo repertório!! Manteve-se dentro do tema com citações de valor.
C3: 200 -> Ótima seleção e organização. Sua argumentação foi bem construída, soube bem relacionar o repertório dentro do texto, parabéns.
C4: 180 -> Senti falta de um uso maior de conectivos.
C5: 160 -> Faltou a finalidade na proposta de intervenção. Parece bobo, mas é necessário deixar a proposta bem explicadinha nos 5 pontos que você já conhece (agente-ação-meio/modo-detalhamento-finalidade). Parece que sua conclusão não está concluída, entende? Por mais que pareça redundante, já que a proposta de intervenção tem como fim solucionar o problema criado pelo tema, mas ainda assim não pode faltar, até porquê não necessariamente ficará claro, mesmo que os outros 4 elementos da proposta estejam perfeitamente adequados.
Bons estudos!