Conflitos e segurança alimentar: a ameaça da guerra e o avanço da fome

A Revolução Verde, iniciada na segunda metade do século XX, foi uma transformação no modo de produção de alimentos adotada pelos países do globo. Nesse sentido, tal avanço trouxe novas técnicas para aumentar o desenvolvimento agrícola e o propósito de acabar com a fome no mundo. Contudo, essa situação ainda não se concretizou, devido a falta de estabilidade econômica de algumas nações que, motivada por conflitos internos, leva a população à situação de vulnerabilidade e carência de auxílio.

Nessa perspectiva, vale destacar que as tensões de uma sociedade afetam a nutrição de toda uma população. A esse respeito, segundo o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade é comparada a um organismo vivo e se uma parte falhar, logo todo o corpo será prejudicado. Nessa lógica, as condutas conflituosas existentes dentro de um país influem diretamente a economia local e também, por conseguinte, a qualidade de vida das pessoas, tendo em vista o surgimento de uma crise econômica que é um obstáculo para a disponibilidade de comida e poder aquisitivo dos indivíduos, por exemplo. Dessa maneira, a segurança alimentar de um povo depende da condição de paz de um país.

Consequentemente, é importante pontuar que, uma vez que os cidadãos se encontram vulneráveis socioeconomicamente, nasce uma grande busca por ajuda em regiões adjacentes. Nesse viés, a situação precária de pessoas acometidas por consequências de embates intranacionais os direciona ao resgate por suporte humanitário. Sob essa ótica, a Guerra Civil da Síria, que começou em 2011, exemplifica essa afirmação, considerando que há mais de 4 milhões de refugiados em nações vizinhas, de acordo com a ONU. Desse modo, os recursos, como alimentação e segurança, buscados por essas pessoas é um lamentável sinal de desarmonia das suas sociedades.

Depreende-se, portanto, que uma medida é necessária para a mitigação da problemática elencada. Para tanto, urge que as instituições internacionais responsáveis por instituir a paz mundial, como a ONU, mobilizem-se, por meio de intervenções humanitárias, oferecendo recursos, também, alimentares para as populações afetadas por guerras e que atenuem as tensões com propostas de acordos amistosos, com o fito de garantir a segurança completa e impedir condições desfavoráveis para o povo. Espera-se, com essa intervenção, que se consolide o objetivo da Revolução Verde na esfera mundial.