Como lidamos com o medo na contemporaneidade?

   Thomas More, escritor inglês, retrata em sua obra “Utopia” uma sociedade perfeita, na qual se ausenta de conflitos e problemas. Contudo, no Brasil, a visão de More torna-se inalcançável, uma vez que a realidade da pátria faz convênio com o oposto da Utopia do escritor, acarretando o medo, constituído, principalmente, pela falta de segurança pública e a descriminação dos cidadãos um com o outro . Nesse viés, percebe-se que o medo na contemporaneidade está intrinsecamente ligado a uma esfera adjunta de problemas ignorados, o que se faz necessário analisar tais fatores contribuintes desse agravo.

   Em primeiro plano, vale frisar que o poder estatal tornou-se um agente perpetuador no que diz respeito à segurança pública. Conforme o filósofo genebrino Jean Jacques Rousseau, em sua obra “O Contrato Social”, o bem estar social deve ser promovido pelo Governo. Não obstante, percebe-se que a ineficácia estatal age de forma inerte. Isso decorre, principalmente pela falta de investimento nos orgãos de segurança, como na pouca atuação de rondas policiais no tempo integral, consequência de poucas viaturas e agentes na maioria das zonas urbanas e rurais, acarretando assim , o medo dos cidadãos no caminho ida e volta de outro lugar por terem um horário determinado para serem protegidos.

    Outrossim, é indubitável salientar o comportamento da sociedade contra o medo, sendo que nela se faz uma esfera social repleta de comportamentos perversos de uma parte, exemplificando o descaso um com o outro.Tais estorvos se correlacionam com a visão do sociólogo Emilie Durkheim, onde diz que o fato social é a maneira de agir e de pensar, ou seja, o comportamento de um indivíduo se desenvolve a partir do convívio social, seja ele parentesco, seja ele no ambiente em que vive. Sob essa ótica, percebe-se que o medo dos cidadãos na sociedade se dá pela violência da mesma em que alguns indivíduos dizem representantes da bandeira verde-amarela, estabelecendo um sentimento de grande desolação com os cidadãos de bem. Desse modo, urge a mudança do comportamento de uma parcela desorientada da população para contra o medo.

   Logo, ao entender o modo de como lidamos com o medo na contemporaneidade, faz-se imprescindível tomar as devidas decisões para combater esse malefício. Posto isso, o Governo, junto à Mídia – maior veículo de informação e comunicação social -, criar políticas públicas voltadas para a conscientização da população contra o medo e a prática de descaso social, com a liberação de verbas, por meio de palestras online e presenciais  nas comunidades, junto a psicólogos, professores e policiais, a fim de esclarecer os males que pode ocasionar tais comportamentos violentos na sociedade. Ademais, o Governo deve investir altamente nos órgãos de segurança, como na compra de de um número significativo de viaturas e na liberação de mais concursos militares no ano, para assim fazer com que as rondas de segurança atuem de forma rotineira no maior tempo possível do dia, garantindo assim a exclusão do medo na sociedade. Dessa maneira, uma sociedade sem o medo estará perto da “Utopia” proposta por Thomas More.