Como combater a aporofobia no Brasil

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O Artigo I da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 abona que todos os indivíduos devem ser iguais em dignidade. Entretanto, a falácia da imagem de um Brasil hospitaleiro é ubíqua, uma vez que o brasileiro amiúde retorna no ato de hostilidade para com o estrangeiro pobre.  Assim sendo, dois dos princípios que podem caracterizar o porquê a aporofobia é um transtorno hodierno são: a xenofobia humana inerente e a ética, econômica e social no que diz respeito à sensibilidade.

Primeiramente, atenta-se ao conceito de ideologia do individualismo no qual o cérebro humano é xenofóbico e tende-se a prezar os semelhantes e enjeitar o que se perturba, ou seja, já que a pobreza mancha a estética visual o indivíduo costuma rejeitar quem não parece ter nada a oferecê-los. Mas como diria a professora de filosofia Adela Cortina: “Não há nenhum ser humano que não tenha algo valioso a oferecer”. Essa frase advém daqueles que ela acredita possuir o dom da observação; os generosos, e quando não se pode ver o outro é a cegueira egoísta que impede o homem de entendê-lo. É por isso que não se põe no mesmo nível de aceitação um imigrante em busca de refúgio e um turista em consumo do que a nação tem a oferecer – a malversação capitalista ludibria o que não se recompensa.

Sob um ponto de vista antagônico, o ser humano, todavia, pode ser intrinsecamente altruísta.  Paralelo ao pensamento da ativista e atriz australiana Eliza Taylor de que “A compaixão é a chave” é notório que ao se pôr no lugar do outro, modifica não só a si, como a vida de quem se toca. O filósofo John Locke com sua teoria sobre a Tabula Rasa, defenderia que todas as ações do homem sucedem-se pelas suas escolhas e experiências. Um país como este em que se vive que prioriza a reciprocidade indireta; em que as pessoas só estão dispostas a ajudar contanto que recebam algo em troca, urge maximizar a vivência da solidariedade mútua o quanto antes.

Destarte para que essa hostilidade converta-se em hospitalidade, é preciso que se ponha a igualdade em prática, pois a democracia não pode existir concomitante a aporofobia. Portanto cabe aos Estados Liberais e o Ministério da Educação, cessar essa bomba-relógio real ao construir instituições igualitárias e inserir a disciplina de ética em qualquer área educacional, visto que a empatia tem de ser trabalhada. Ademais os governos do século XXI ainda podem fazer valer os direitos humanos básicos unânimes, se abolirem a assimetria capitalista ao melhorar a qualidade do trabalho no Brasil e consequentemente agir na inclusão econômica da vida dos pobres autóctones e imigrados.

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2 Correções

  1. Sua introdução tem uma estrutura boa e tese clara, porém acho que as palavras usadas dificultaram o entendimento

    Sua argumentação é boa, mas não é tão clara – na minha opinião – senti dificuldade de entender o que vc queria dizer, seu vocabulário é rico mas algumas palavras usadas dificultam a objetividade

    Acho que o texto ficou muito filosófico, vc parece ter uma ótima bagagem cultural, mas tome cuidado pra não levar o texto de uma forma muito subjetiva, tente ser mais objetiva na sua argumentação

    A identificação dos elementos da proposta é confusa, pois novamente ficou muito filosófico, na primeira proposta não identifiquei o meio nem finalidade, na segunda o agente é muito genérico, falta meio e finalidade tbm

    Acredito que seu texto não segue muito a estrutura da redação do enem, pois tem mais reflexão do que argumentação e ponto de vista, porém sua escrita no geral é ótima e tem vocabulário rico

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  2. Introdução: O repertório foi bem inserido no texto. Você apresentou o problema e os dois argumentos que serão desenvolvidos nos parágrafos seguintes. Foram usadas algumas palavras que não são comuns no uso da língua portuguesa (ubíqua e amiúde), isso dificultou a minha leitura, então eu aconselho respeitar a norma culta mas sem exagerar muito na formalidade.
    Desenvolvimento 1: Você soube defender seus argumentos e o parágrafo foi estruturado com uma sequência lógica de ideias, mas como foi para um lado mais filosófico, ficou um pouco subjetivo.
    Desenvolvimento 2: No lugar de usar duas citações, eu acho que ficaria melhor ter optado somente por uma e aproveitado o resto das linhas para argumentar. A última frase ficou desconectada do parágrafo, você deveria ter usado algum conectivo, como: logo, destarte, dessa forma.
    Conclusão: A segunda proposta de intervenção está bem completa.
    Nota: 960
    Competência 1: 180
    Competência 2: 200
    Competência 3: 200
    Competência 4: 180
    Competência 5: 200

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