O sociólogo Émile Durkheim estabelece o conceito de Fato Social, um conjunto de regras e tradições que estão inseridas numa sociedade. Saindo da Sociologia e aplicando essa ideia na prática, é fato social que a tecnologia está inserida na realidade de vida das pessoas, especialmente dos mais jovens. Diante desse contexto, cabe analisar as reverberações do uso indiscriminado das tecnologias digitais de informação por crianças.
É interessante, de início, entender que as novas tecnologias digitais podem afetar o desenvolvimento intelectual de crianças. Isso acontece porque a tecnologia funciona estimulando os sentidos do usuário, como bem relata o documentário da Netflix “Dilema das Redes”, em uma criança – que está em estado de formação e desenvolvimento de seus sistemas biológicos- o excesso de estímulos pode levar ao atrofiamento de seu potencial intelectual. Portanto, torna-se crítica uma ação dos pais para impedir isso.
Ademais, o uso excessivo das mídias sociais e outras tecnologias digitais por jovens prejudica o senso sobre o cumprimento de deveres pessoais. Tal fato ocorre devido ao caráter entorpecedor da tecnologia em excesso, que age quebrando o autodomínio do indivíduo. Nesse sentido, de acordo com Daniel Kahneman, Nobel da Economia, o ser humano tem duas formas de pensar e agir: rápida e imediatista, ou devagar e analítica. Nesse caso, a forma devagar é suprimida e a rápida se sobressai, isso num indivíduo sem autodomínio é optar pelo caminho mais prazeroso, ao invés daquele que é sua responsabilidade.
Em suma, é imperativa a questão do combate ao uso indiscriminado das tecnologias digitais de informação para crianças. Para isso, é imprescindível que as secretarias de educação municipais criem uma força tarefa com duas frentes: uma para agrupar pais de jovens e orientá-los sobre as consequências da tecnologia para crianças e outra para inserir atividades lúdicas para ajudar crianças excessivamente dependentes da tecnologia. A primeira vai trazer uma fiscalização maior pelos pais em casa e a segunda mostrar outras perspectivas para os jovens. Dessa forma, no longo prazo, o novo Fato Social será que a tecnologia para crianças não terá mais caráter entorpecedor e sim facilitador.
Ariel_hsy
Competência I: No último parágrafo em “[…]A primeira vai trazer uma fiscalização maior pelos pais em casa e a segunda mostrar outras..” dá pra notar que o verbo “mostrar” está concordância com o verbo “ir”, caracterizando uma locução verbal. Contudo, devido ao conceito do paralelismo sintático, seria mais interessante reiterar o verbo “ir”, pois assim soaria mais fluída essa oração. Independentemente disso, o texto foi muito bem escrito e não possui desvios ortográficos nem de concordância.
Competência II: A compreensão temática está muito boa. Foi uma boa opção citar o sociólogo e o conceito estudado pelo mesmo.
Competência III: O repertório sociocultural foi razoável. A citação a dois pensadores e ao documentário da Netflix foram excelentes escolhas. Contudo, senti a falta de uma citação literária ou cinematográfica (para além do documentário). Essa competência cobra esse complemento a partir de diversas perspectivas.
Competência IV: o uso dos conectivos textuais no início dos parágrafos foi fraco.. Seria bacana utilizá-los com maior frequência e de forma mais diversificada. Quanto ao tamanho e espaçamento dos parágrafos, eles possuem similaridade. Isso é bom.
Competência V: a proposta de intervenção tá excelente.
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