No livro “Anne de Green Gables”, escrito por Lucy Montgomery, a personagem principal utiliza retalhos de roupas velhas para absorver a menstruação, uma vez que o uso de absorventes no século 19, período em que foi inventado, não era comum a toda população. Fora da ficção, muitas mulheres ainda utilizam métodos que prejudicam a saúde em decorrência da escassez de produtos de higiene adequados. Nesse sentido, a pobreza menstrual é uma problemática que carece de resolução imediata, na qual a ineficiência estatal e o tabu que permeia essa questão são fatores que dificultam a atenuação do problema no Brasil hodierno.
Sob esse viés, é vultoso salientar que o acesso à higiene menstrual deve ser tratado como uma questão de direitos humanos. Ademais, parafraseando John Locke, filósofo inglês, o Estado surge para garantir, pela legislação, os direitos naturais dos indivíduos. Diante disso, é necessária a sanção de leis que garantam a distribuição gratuita de itens utilizados durante o ciclo menstrual, visto que são produtos imprescindíveis para a saúde pública. Nesse contexto, a negligência do Estado no que tange a criação de medidas para a democratização de absorventes, por exemplo, representa um perigo, pois as mulheres em situação de vulnerabilidade utilizam, muitas vezes, materiais inadequados para essa função, resultando na proliferação de bactérias e infecções.
Outrossim, o tabu que envolve a menstruação resulta no receio feminino de buscar ajuda, além da perpetuação do problema em decorrência da pouca divulgação. Diante dessa perspectiva, pesquisas realizadas pela revista Capricho apontam que 49% das mulheres jovens costumam esconder os absorventes de outras pessoas por vergonha. Nesse sentido, a taxa de carência menstrual é eminente, uma vez que a desinformação devido ao constrangimento de falar sobre esse período corrobora na dificuldade de pedir auxílio, além de dificultar a perpetuação da higiene menstrual como um direito inerente aos cidadãos.
Portanto, é mister a criação de metodologias que resolvam essa adversidade. Para tanto, o Estado, por meio do Poder Legislativo e dos governos estaduais, deve assegurar a distribuição gratuita de absorventes, coletores menstruais e outro itens de higiene feminina em escolas, presídios e postos de saúde, através de parcerias com empresas interessadas, promovendo a redução de impostos cobrados de forma proporcional à doação que beneficie o projeto. Somado a isso, é de suma importância a divulgação de informações sobre tal projeto nas mídias sociais do Governo. Tais ações com o objetivo de democratizar o acesso a esses produtos e tornar escassa a realidade vivida por Anne, personagem do livro supracitado, e de milhares de brasileiras.
AnaazevedMestre
Combate à Pobreza Menstrual no Brasil
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c1 – 200 – não vi erros
c2 – 200 – tem e estrutura
c3 – 200 – relacionou os repertórios
c4 – 200 – conectivos abundantes
c5- 200 – 5 elementos
parabéns, essa redação apresentou toda a estrutura necessária em todos os parágrafos. duvido que tire menos de 900 se manter sua estrutura.
Boa prova amanhã!