Caminhos para resolver a questão do analfabetismo no Brasil

O incentivo da leitura e a sua inserção, desde a infância, é primordial para a formação de uma geração consciente de seus direitos. É preciso compreender que é evidente o crescimento da taxa de pessoas que estão sendo alfabetizadas no Brasil, sendo assim estamos evoluindo em comparação a outras épocas. Entretanto, o analfabetismo ainda é presente, advindo da negligência governamental e da desigualdade social, afeta negativamente a população brasileira.
Em primeira análise, vale destacar que durante a década de 60, a sociedade tinha a concepção, de que a escola pública, de forma direta, seria o agente transformador que eliminaria as desigualdades sociais, pois permitiria o acesso de todos os cidadãos. Em contrapartida, o sociólogo Pierre Bourdieu, afirma que o desempenho escolar, varia de acordo com a situação social do estudante, ou seja, a origem social e familiar são pontos importantes para a preparação acadêmica do indivíduo. Hodiernamente, a desigualdade social é marcante, extinguir o analfabetismo é um propósito, mas traz outro desafio ainda maior, o da exclusão social, ligado á aspectos como o acesso a cultura, justiça, moradia e trabalho, o analfabetismo restringe o ingresso a esses elementos, a baixa escolaridade faz com que as oportunidades de emprego sejam limitadas, influenciando na qualidade de vida.
Ademais, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou, que o Brasil possui cerca de 11,3 milhões de pessoas analfabetas, alguns motivos como a falta de incentivo familiar, o preconceito, a evasão escolar, e a falta de políticas eficientes, contribuem para que a problemática se perpetue; em razão disso o indivíduo se sente incapaz e acomodado a sua condição. Em soma, temos os analfabetos funcionais, aqueles que compreendem números e palavras, mas não conseguem ler um simples texto. Este grupo faz o uso de redes sociais, e por não saberem interpretar e verificar a autenticidade, acreditam em notícias falsas, prejudicando a erradicação da “fake news” e o progresso do país. Estes fatores refletem na baixa qualidade da educação brasileira, e na urgência por mudanças.
Dessa forma, o debate acerca do analfabetismo é necessário para a construção de uma sociedade igualitária. O Ministério da Educação deve investir na distribuição de materiais online para os alunos de escola pública, aulas de incentivo a leitura, na inserção de aulas de alfabetização para os adultos, e cursos didáticos online para crianças. Assim teremos uma sociedade alfabetizada, e ciente de seus direitos; a educação é a percussora da mudança do país.